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Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

O Chinelo Voador

Já que o bom tempo não impera, vamos começar a recordar histórias de verão, calor e emoção para ver se ele mostra um cheirinho de si... E por falar em cheiro...

 

Há uns anos atrás, tínhamos alugado um apartamento em Portimão, mesmo de frente para a praia. Como apartamento de férias que era, era de dimensões reduzidas, portanto, tudo o que um fazia, o outro sabia.

O meu pai adorava passear pela casa toda de chinelos, e fazia mais que bem, afinal, férias gritam por conforto, mas no caso dele, por mau cheiro também.

Foram uns chinelos caros, de marca, que ao apanhar diferentes ambientes: praia, piscina, sol, calor, começaram a ter um cheiro insuportável.

Ninguém podia conviver com os chinelos, ou eram eles dentro do apartamento, ou éramos nós.

Fartas de refilar com o meu pai por causa dos mesmos, e ele casmurro que tinha gasto bastante dinheiro nos chinelos e que estavam novos, teimava em utilizar e passear os mesmos por todas as divisões, mesmo junto ao nosso nariz.

Passou um dia, passaram dois dias, ao terceiro dia, viu-se um chinelo a voar pela janela do 6º andar de um apartamento!

(para um terreno baldio, sem vivalma, atenção! e depois de aplicarmos inúmeras técnicas para retirar o mau cheiro..)

 

Pai: Isso que acabou de voar foi um dos meus chinelos?! Vou já lá abaixo apanhar o mesmo!

Chic' Ana: Boa sorte, com a luz que tens no terreno baldio pode ser que voltes para casa antes do amanhecer. Leva saco cama e lanterna, a procura vai ser longa....

 

Nessa mesma noite, o outro chinelo desapareceu misteriosamente para destino incerto, porque teimoso como ele é, no dia seguinte ia fazer uma excursão em busca do chinelo desaparecido.

 

Ainda hoje fala nos chinelos e já passaram uns bons anos..

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As distrações da K

Eu sabia, eu sabia que já aqui tinha escrito umas quantas vezes sobre a distração da minha irmã, a sério que não sei como é possível existir tanta distração numa só pessoa. Podem rever dois episódios hilariantes aqui (estando a meia dúzia de metros dos armazéns do Chiado, foi parar ao Rio Tejo) e aqui (esquecimento em cadeia).

 

A nível profissional / escolar é a competência em pessoa. Como é que alguém tão distraído pode ser uma aluna de excelência? Confesso que sempre me fez alguma confusão..

 

Pois bem, há pouco tempo foi assistir a uma operação num novo hospital, eu, curiosa para saber que peripécias iriam surgir daquela nova situação, não larguei o telemóvel um minuto, até que, após muitas horas de espera...

 

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Perdeu a meia, num espaço diminuto. Podem muito bem pensar que deve ter ficado enrolada nas peças de roupa que teve de trocar, foi o que eu também pensei, mas não..

Ela conseguiu perder a meia, tendo já mudado de roupa e estando pronta para calçar os sapatos. A meia simplesmente desapareceu do pé.

O que é ser Pai?

Muito se fala do que é ser pai nos dias de hoje e a minha visão das relações mudou com o nascimento da Little B.

 

Ser pai não é simplesmente sorrir, ser pai não é desfrutar apenas dos bons momentos. Ser pai é saber como ajudar os filhos a crescer.

Ser pai é estar presente quando os filhos caem, mas apenas para lhes ensinar que a cada queda serão mais fortes. Voltarão a cair?  Sim! Mas já saberão como se levantar.

Ser pai não é apenas apanhar a fruta quando esta está madura, ser pai é saber o quanto falta para amadurecer e saber esperar que tal aconteça.

Ser pai não é sonhar que os filhos serão médicos ou engenheiros, mas esperar que tenham sucesso e felicidade, qualquer que seja o caminho que escolham.

Ser pai não é ser uma fonte de dinheiro, mas sim ser uma fonte de conhecimento e consciência que nunca termina.

Ser pai não é relatar todas as experiências pelas quais passou, mas sim indicar que de cada momento existe uma lição a retirar.

Ser pai não é o barco que nos levará por águas turbulentas ao nosso porto seguro, mas será a luz que nos ilumina na nossa jornada. 

Ser pai é sorrir com o olhar ao mesmo tempo que nos vê percorrer o nosso caminho. É saber que estará sempre presente, tanto fisicamente como no nosso coração. 

 

Obrigada Pai, por seres o meu exemplo, por seres a presença sempre constante, por seres a minha imagem.. Obrigada por esta bela viagem, a melhor das nossas vidas!

 

Obrigada M, por seres um super pai para a nossa pequenina. Um dia, será ela a escrever semelhantes palavras para ti, com uma lágrima no canto do olho de emoção e orgulho de te poder chamar PAI.

 

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A todos os PAIS, de sangue ou de coração, um grande beijinho, que o vosso dia seja marcado por sorrisos, e que não seja apenas um dia no ano, mas que o seja todos os dias.

 

Uma pergunta indiscreta

E como de vírus não se faz um blog... Vamos falar de coisas bem mais engraçadas! 

 

Antes de vos contar o episódio que se segue, quero que imaginem o meu pai. É capaz de ser uma das pessoas mais sérias da família, sempre com uma postura direitinha e exemplar. Sempre muito educado e solícito. Sempre disponível para resolver qualquer problema porque pura e simplesmente conhece toda a gente.

 

Ao fim de semana, ao domingo, é dia de feira. É daquelas feiras onde se vende de tudo, especialmente produtos hortícolas para plantar ou semear, químicos para efetuar tratamentos às plantações, animais e tudo o que tenha a ver com móveis / decoração, cortinados, roupas de cama, etc.

 

Num belo domingo, os meus pais precisavam de comprar uns cortinados, mas uns cortinados daqueles branquinhos, bordados, com diversos motivos, que ficam bem nas casas mais rústicas. Não são fáceis de encontrar, portanto, vamos os 4 em peregrinação à feira. A minha mãe lá encontra a banquinha dos cortinados, formamos um círculo em volta da senhora de idade que nos mostra os vários modelos e às tantas há algo que me distrai a mim e ao meu pai e deixámos de prestar atenção ao discurso…

 

Mãe: Olhe, eu gosto bastante destes com motivos florais.
Senhora: Estes são dos mais bonitos, tem como motivo um vaso recortado ao meio, com flores. É muito tradicional e pitoresco.
Mãe (vira-se para o meu pai): Vê lá se gostas destes, são mesmo muito bonitos.
Pai (com o ar mais sério que existe a olhar para a senhora): Como disse? Com um rabo cortado ao meio?!

 

Depois do instante de choque inicial, foi uma risota completa.. Porque ele estava mesmo convicto do que estava a perguntar. Como é que alguém no seu perfeito juízo faz uma pergunta destas!?!? Um cortinado com um rabo cortado ao meio?! Ahahahah.

 

A vergonha foi tanta que ele não quis lá voltar!

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O dia do Pai

O dia do pai está a chegar.. e só a quantidade de partidas que eu aprontei com ele, dava uma rubrica com pano para mangas.

 

O meu pai sempre alinhou em todas as brincadeiras possíveis e imaginárias. Era eu pequenita, ficava acordada para ele me dar banho, ficava acordada para o ver entrar em casa e brincarmos aos touros… Ele dizia “Olé” e lá ia a Ana com corninhos em riste tentar acertar na capa imaginária ou na toalha da cozinha. Ele colocava-me sentada no topo dos armários da cozinha, ia comigo á serra aos fins de semana, explorar e descobrir casas abandonadas e alinhava na minha maluqueira com os bichinhos da seda. Quando eu tinha dificuldade em adormecer ia comigo dar uma volta de carro, para eu dormir durante a voltinha e acordar mal ele desligava o motor.

 

Eu fui uma felizarda, fui uma criança autêntica e feliz, não precisei de crescer cedo demais. Aprontei mil e quinhentas partidas, e todas elas eram encaradas com um sorriso.

 

Nunca fui de pedir nada de forma insistente, nunca fiz uma birra de me mandar para o chão em supermercados, nunca gritei com os meus pais, nunca lhes faltei ao respeito. Nunca exigi brinquedos ou guloseimas, o que tinha era mais que suficiente e era assim que era feliz. Bastava os meus pais dizerem que naquele momento não tinham dinheiro, que eu compreendia e ficava sossegada. Contudo, havia momentos em que também tinha pedidos: passear, deixarem-me ir ao parque, etc. E desde pequena que mantenho o mesmo truque, sim, até hoje…

 

Ora, quando queria e quero mesmo muito uma coisa, que normalmente nem é material, agarro-me afincadamente à perna do meu pai e só a largo depois de ele aceder. É uma autêntica tortura. Se ele disser logo que sim, largo imediatamente a perna, se ele disser que não, sou capaz de dar a volta à casa toda agarrada à perna dele, até que ele acaba por ceder – normalmente tem coisas para fazer e não aguenta muito tempo arrastar 55kg pelo chão neste momento (quando era miúda aguentava mais e eu parecia um coala, agora já não é fisicamente possível).

 

E vocês, têm algum truque que tenha vindo da infância? Partilhem lá as figurinhas que faziam vá, que o dia do pai está a chegar e é sempre bom recordar!

 

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