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Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

One Smile a Day com.. a Maria Grace

A minha convidada desta semana é a Maria Grace, autora do blog Histórias da Alma. É um blog relativamente recente, mas que já me conquistou, pela simplicidade, pela profundidade, pela partilha de pensamentos e acima de tudo porque me faz muitas vezes pensar no rumo a seguir. A autora é de uma simpatia e disponibilidade de assinalar, sempre disposta a uma troca de palavras ou simplesmente um sorriso.

"A vida é apenas uma passagem, e os momentos vividos, sejam bons ou maus, são necessários para o nosso crescimento, mas se deixarmos que seja o AMOR a guiar sempre as nossas atitudes, pensamentos e vontades, a Alma viverá FELIZ". Esta é uma frase que resume a essência do blog que vos convido a descobrir.

Desde que me conheço, que sempre fui uma pessoa muito calma. Até demais. Quer em casa, ou no trabalho. Podemos considerar tanta calmaria uma qualidade, mas quando é em excesso pode ser prejudicial. Muitas vezes, quando dou por mim, tanto é o silêncio que se faz na minha mente, já estou a vaguear, nem eu sei bem por onde. Como se costuma dizer fico a pensar na “morte da bezerra”. Se bem que por vezes, é um bem necessário, abstraimo-nos de tudo à nossa volta, de forma a conseguirmos alcançar o nosso equilíbrio. Mas adiante…

Confesso que nunca fui muito amiga da cozinha, ou melhor dizendo, do fogão (inclino-me mais para o lava loiça), mas claro, aprendi a cozinhar, embora não seja uma MasterChef. Por isso, nunca me entendi muito bem com as frutas e os legumes, quando tinha, e ainda hoje, tenho de os escolher no supermercado. É um verdadeiro martírio.

Quantas vezes levei tomates verdíssimos ou bananas cruas, à minha mãe, quando me pedia para ir às compras, que ela abanava a cabeça e dizia “E tem esta rapariga 24 anos!”.

Até que um dia, o meu marido decidiu que já estava na hora de eu aprender a selecionar a fruta. Afinal a miúda era pequena, e não podia ser sempre ele a fazer as compras! Muito bem!

Sentei-me e ouvi a sua explicação. (o “atentamente” é melhor não pôr):

- Seguras o Melão, e apalpas a parte de baixo, para ver se emite um som oco, ou não! - explicou ele,aproveitando uma bola de rugby que tínhamos lá para casa, para exemplificar. Foi o objeto que descobrimos, mais parecido com um melão,

Eu absorvia toda aquela informação, ou pelo menos achava que sim, mas dias depois vim a constatar que não.

- Percebeste? - perguntou ele. Ao que eu respondi prontamente – Sim, sim! Tudo!

Passados uns dias, de regresso a casa, passo pelo Pingo Doce e pensei “É hoje que vou comprar o meu primeiro melão”, e lá entrei toda orgulhosa na loja.

Cheguei à bancada onde estavam os nossos amigos. Grandes, Médios, Pequenos, todos virados para mim.Todos iguais! TODOS!

Confesso que ainda estremeci. Mas, não me deixei ir abaixo.

Peguei num Melão….

Olhei para ele. E claro, ele olhou para mim. (Como sou muito calma, devo ter ficado ainda 1 minuto a olhar para a bendita fruta, com ela na mão).

Nem imaginava que tinha mirones ali perto.

Com a mão fechada ( tal e qual me tinha ensinado o marido), bati várias vezes no melão “ToC! ToC! ToC!!

Olhei uma última vez para ele.

Encostei o melão ao ouvido!

NADA!!!!!

Nenhum som.

Tentava eu entender o que estava a fazer de errado, quando de súbito aparece, não sei vindo de onde um homem, que me pergunta, com um sorriso de orelha a orelha:

- Estava há espera de resposta???

Claro que percebi que tinha acabado de fazer um figurão, com o raio do Melão, na mão.

Balbuciei um “Sim”, quase mudo, fiz aquele sorriso de Gioconda, virei as costas e fui-me embora.

Conclusão. Agora, quando me explicam alguma coisa, tento sempre não ouvir pela metade, senão já sei que dá barraca. E tento regular a minha calma para os 40%,, para o resto poder ficar atento.

E isto para mim, foi sem dúvida uma lição de vida. Que figurão!!!!

 

Obrigada, muito obrigada por esta bela partilha.. Uma escolha de melão que acabou com um grande melão! Ahahaha, para a próxima, fazes como eu quando vou às compras...

 

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One Smile a Day com.. a Maribel

A minha convidada de hoje, dia da criança, é a Maribel. A Maribel é autora do blog Educar (com) Vida. Este blog, "pretende orientar educadores e estudantes neste caminho vivido tão intensamente... um caminho onde se ensina e se aprende em cada momento de vida... este é um convite para conversar sobre educação." O tema central, tal como referido, é a educação. Podemos ler sobre métodos e técnicas de estudo, trabalhos de casa, preparação para testes, hábitos de vida saudáveis, como potenciar as capacidades e talentos de cada um, entre outros assuntos pertinentes, sempre sob o olhar atento da Maribel. Simpática, prestável, assertiva, assim descrevo a autora, sempre disposta a esclarecer qualquer dúvida que possamos ter. Um blog que vai ser certamente uma leitura constante para mim, agora que o tema da educação me interessa mais do que nunca.

E sem mais demoras, aqui segue a história.

 

O meu primeiro carro era muito velhinho, bem mais velhinho que eu... na altura o dinheiro não dava para mais (tanta gente se reconhece nesta situação)!

Como era um carro velhinho, o melhor seria perguntar o que funcionava corretamente, e não o contrário... por isso, já devem imaginar a quantidade de história e peripécias que vivi com ele! Era a porta do condutor que não abria com a chave e me obrigava a entrar pelo lado do passageiro, eram o rádio que, dos cinco botões, só dois funcionavam, as cassetes era também pedir demais... Eram os faróis traseiros que, sempre que chovia tornavam-se dois aquários.. tá claro que depois a água ia parar à mala...parecia mesmo um ato de magia negra....

Era a sofagem que não funcionava, nem para frio, nem para quente, o que resultava nestas conversas:

“_ Vamos tomar café? Posso ir buscar-te a casa?

_ Vamos, vamos... Mas EU vou buscar-te a casa, está muito frio hoje e o teu carro é um gelo que não se aguenta!!”

 

Para além dos vidros que, para os abrir, era mais difícil que pegar em alteres de dois kg... etc...etc...etc...

Mas de todas as situações divertidas, posso relatar a que mais me fez doer os abdominais... vinha eu de um café com uma amiga, (no meu carro..claro...não estava muito frio)... entramos no carro, coloco a chave e o carro nada de pegar a trabalhar:

“Eu:_ Bem, não está a pegar!

Ela:_Pois... vamos ligar a alguém, não vale a pena insistir, chamamos o reboque, ou assim...

Eu: _ Nãoooo!! Não é preciso... está controlado...

Dou três valentes murros no volante...

Dou de novo à chave e...xaraaaa... o carro fica a trabalhar direitinho...

_Eu não te disse que arranjava!!!????

Garanto-vos que fomos as duas a chorar com o riso até casa...

Bem... hoje o carro já não é o mesmo, tive de o enviar para abate porque já não valia a pena tanto arranjo, mas uma coisa é certa... o meu atual carro é mais confortável mas a diversão não é a mesma...

 

Muito obrigada por esta bela participação. Acho que a banda desenhada abaixo reflete claramente o que é realmente importante.

Sociedade do cosumo.png

 

Um feliz dia da criança para todas as crianças, e já sabem, não as mimem apenas neste dia, mas em todos os dias da vida delas!

One Smile a Day com.. a Joana

Hoje tenho para vos apresentar a Joana, autora do blog I LIke Flowers. É um blog novinho, tem cerca de um mês apenas, mas já conta com pensamentos tão intensos e profundos, textos onde podemos rever muitas das nossas próprias opiniões. A Joana é uma simpatia, desafio-vos a darem um impulso, um empurrão, para que ela continue a escrever e a crescer neste mundo digital.

Joana, muitas felicidades e sucesso para esta nova etapa. 

Passando então ao que interessa, aqui vai a minha pequenina história, mas que ainda me fez dar umas boas gargalhadas.
Na noite de passagem de ano, fui, juntamente com os meus pais e o meu irmão a casa de uns amigos. Quando lá chegámos, juntei-me então ao pessoal que lá estava da minha faixa etária, pessoal esse, que tal como eu e como todos os jovens, gosta de "marcar" todos os jantares com uma mini partida a alguém.
Durante o jantar, tudo correu como previsto, até que, uma das pessoas que vivia lá em casa se lembrou de um piri piri extremamente picante guardado no armário à espera que alguém lhe desse uso. Lembrámo-nos então de o ir buscar e, com a ajuda de um guardanapo, molhámos o topo (o bocal) do copo de uma das raparigas que lá estava.
Assim o fizemos, certificando-nos de que não tínhamos dado nas vistas. Enchemos então o copo com vinho e colocámo-lo no seu sítio inicial.
Chegou então a hora de fazer o brinde, e mal sabia a Paula o que a esperava. Assim que o brinde terminou, levou o copo à boca. Bem, o que foi ela fazer... Começou a corar, a pôr a língua para fora, a agitar as mãos, quase prestes a pôr a boca dentro de um copo de leite, bem, vocês devem imaginar... Rimos tanto, mas tanto... inclusive a própria rapariga, que achou piada à malandrice dos "putos".
Aqui está este mini episódio que me fez entrar em 2018 na maior das diversões. E como diz o velho ditado, recordar é viver. Muito obrigada Chic'Ana por me ter proporcionado este maravilhoso momento! 

Obrigada eu por este belo momento, o que eu me fartei de rir a imaginar a situação.  Coitada da Paula, que só queria fazer o seu belo brinde.

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Bom fim de semana!

One Smile a Day com.. a Teresa

O One Smile a Day desta semana chega mais cedo,amanhã farei gazeta pois preciso de me preparar para um casamento, não o real, mas outro que será bem mais real para mim.

A minha convidada desta semana é a Teresa, autora do blog Ontem é só memória. Este é um blog pessoal, quase como um diário que nos guia para a vida da autora. Podemos contar com desabafos, com posts mais cómicos e com belas imagens. Tenho de confessar que a minha rúbrica favorita é a "Hora da Póóóchete". Uma pessoa simpática, terra-a-terra, que nos acolhe sempre com um sorriso e boa disposição. Não conhecem a Teresa? Convido-vos a passar por lá e a lerem a peripécia que ela nos conta de seguida. 

 

Eu devia ter os meus sete ou oito anos quando esta história aconteceu. Eu estava na segunda classe e era dia 26 de abril. De forma a ensinar às crianças o simbolismo do feriado do dia anterior, a professora pediu-nos para fazermos um desenho sobre as coisas que tínhamos feito e visto no feriado, incluindo, uma corrida que se fazia aqui em Gondomar para assinalar a data.
Nunca fui daquelas crianças que gostam de desenhar, por isso comecei logo a torcer o nariz ao trabalho, afinal de contas uma pessoa vem relaxada do feriado e chega à escola para fazer desenhos? Que chatice!!! Lá peguei no material e fiquei sentada a olhar para folha A4 branca, como é que ia encher aquilo com desenhos quando eu além de não gostar de desenhar sou péssima a fazê-lo?! Olhava para os lados e via os meus colegas todos entusiasmados, e eu ali, sem o talento e sem a vontade!
Acabei por dividir a olha em alguns quadrados, e fui desenhando dentro das minhas limitações e sempre evitando desenhar pessoas (afinal é mais fácil desenhar casas quadradas do que pessoas), mas quando cheguei ao ultimo quadrado, tive que aceitar a dura realidade, eu tinha que desenhar a corrida do 25 abril, e na realidade eu não queria, desenhar inúmeros bonecos a correr, simplesmente dava muito trabalho e eu não queria nem gostava de desenhar.
No lado direito do quadrado que sobrava eu desenhei (muito mal, mas pronto não dava para mais), a parte da frente de um carro, e entenda-se que por parte da frente, era apenas meia roda, e o capô do carro com uns faróis manhosos, tudo relativamente grande para ocupar o máximo de espaço possível. Do lado direito do quadrado limitei-me a desenhar um boneco, mas não pensem já que eu tinha libertado a minha veia artística, o boneco que eu desenhei era aquele super básico feito com linhas ao estilo boneco do jogo do enforcado, com a variante (e aqui eu já estava a usar todo o meu talento), que um dos braços estava levantado no ar com os dedos a fazer o V de vitória.
Senti-me realizada com o trabalho, duas casas quadradas, algumas árvores, meio carro e um boneco já era muito bom, vindo de mim, por isso quando a professora começou a chamar os meus colegas para "avaliar" os trabalhos deles, fiquei com a sensação que ia ter problemas, afinal de contas, os outros miúdos tinha feito inúmeras pessoas a correr (alguns bem mais feios que o meu boneco do enforcado), e a professora só lhes dizia "muito bonito" ou "muito bem" ou pior ainda "muito bem desenhaste as pessoas todas que estavam na corrida".
Imaginam a minha cara ao ouvir aquilo... Eu só tinha UMA pessoa desenhada e já tinha sido um sacrifício!
Entretanto chegou a minha vez de mostrar o meu desenho (o lado bom de ter um nome começado por T, é que sou quase sempre a última a apresentar os trabalhos), quando estiquei a folha à professora ela ficou muito séria a olhar para a folha e depois para mim.
- Teresa o desenho está bonito, mas não desenhaste a corrida, e eu disse para desenharem a corrida...
- Mas senhora professora eu desenhei, está aqui (disse eu apontando para último quadrado)
- Mas aqui só está um menino, de certeza que estavam mais pessoas na corrida.
- Claro que estavam! Mas esse foi o que ganhou, e ganhou a corrida por um diferença tão grande que outros ficaram para trás e não cabiam na folha!
Ainda hoje a minha mãe conta esta história, pois ao que parece este foi o tema da reunião de pais seguinte. E eu aprendi uma lição valiosa, uma boa resposta pode safar-nos de muitos problemas.
 
Espero que tenham gostado, aproveito para agradecer à Ana do fundo do coração a possibilidade que ela me deu de participar neste desafio.

 

Obrigada minha querida, nem imaginas o que eu me ri a imaginar toda a situação. Sem dúvida que foi uma resposta valiosa.. É assim, todos temos o nosso papel, tu podias não saber desenhar na perfeição, mas tinhas outros talentos bastante desenvolvidos! =)

 

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 Um bom fim de semana para todos!

One Smile a Day com.. a Magui

A minha convidada desta semana é a Magui, autora do blog Este blog tem dias. É um espaço de partilha de pensamentos, sempre marcados pelo humor e boa disposição que tão bem a caracterizam. Tal como ela diz, "gosta de transformar a tristeza em sorrisos e de passear pelas cores do arco íris", e haverá melhor forma de encarar a vida?

Diz que no seu espaço não se aprende grande coisa, da minha perspetiva, aprendemos a valorizar o que é realmente importante, aprendemos a rir, de nós próprios e não só, aprendemos que existe sempre uma forma positiva de encarar as situações do dia a dia, e isto é uma grande aprendizagem.  

Fiz o ensino secundário em Leiria, que fica a cerca de 25 Km da minha terra.
Tinha o passe/estudante, mas um dia, juntamente com uma colega resolvemos vir de Leiria à boleia. (Coisas de aborrescentes)
A primeira boleia que apanhámos, foi de uma senhora que vinha do mercado. O carro era pequeno e viemos entaladas entre caixas de fruta e legumes.
Não contentes com a boleia, ainda ficamos com fruta "emprestada".
A senhora deixou-nos a meia dúzia de km de Leiria. 
Já estávamos a desesperar por nova boleia, quando vimos aproximar-se um carro de matrícula francesa, que nos pareceu ser uma limousine com vidros escurecidos, toca de estender o braço, nunca tínhamos andado num carro daqueles, tinha chegado o dia.
Quando o carro se aproximou de nós, percebemos que era um carro funerário - cujo condutor teve o bom senso de não parar - mas foi o suficiente para nos rirmos até às lágrimas.
O último carro que parou e nos trouxe até à santa terrinha, tinha 5 portas e era ocupado por dois rapazes.
O pendura, que devia ser mais tonto que nós, saiu do carro para entrarmos. Perguntei se as portas de trás estavam avariadas e o moço corou e disse que não.
Pelo caminho, conversamos, os rapazes eram pouco mais velhos que nós, mas não eram destas bandas.
Combinamos encontrar-nos com eles à noite, para beber um café. Não sei se continuam à nossa espera!
Vitória, vitória, acabou-se a história.

Muito obrigada minha querida por esta bela peripécia, felizmente que uma certa limousine não parou, senão teria sido uma viagem épica.

Bom fim de semana!

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One Smile a Day com.. a Joana

Pois é, hoje tenho o prazer de vos apresentar a Joana, autora do blog O Quiosque da Joana. Este é um espaço que dispensa qualquer tipo de apresentação, penso que todos vocês já se cruzaram com a Joana e toda a sua "trupe". Um blog que nos conquista pela sua simplicidade, pela sua genuinidade, pelo retrato fiel da vida, e claro, tal só seria possível, porque temos uma autora que consegue chegar aos seus leitores, pela sua simpatia, pelos valores que a caracterizam e que estão em crise na nossa sociedade, pelo seu enorme coração e entrega ao próximo. É um espaço que eu não dispenso e do qual venho sempre com o coração mais quentinho. Sem mais demoras, aqui temos a história da Joana.

A vida não é como os computadores.

Devia ser. Não, tal e qual. Mas um bocadinho.

Devia permitir um ensaio. Um regresso, ao minuto anterior.

Dava jeito. Às vezes, dava jeito. Poder retirar aquela palavra. Daquela conversa.

Voltar atrás. E poder não enviar aquela mensagem.

Ou simplesmente. Poder voltar atrás. Numa ou noutra atitude.

Tive consciência disto. Quando tinha 13 anos.

 

Tinha 13 anos. Estudava no Pedro Nunes. Na Estrela.

Andava no ano. Tinha uma professora de Ciências. Absolutamente genial.

É claro que só dei conta disto, anos mais tarde.

No ano. Ciências, nem era a minha disciplina preferida.

Queria era ter uma nota civilizada para os meus pais não me chatearem. Só isso. E ficava-me por aqui.

Num tempo em que não havia tantos exames como agora.

A minha professora estava a borrifar-se um bocado para o saber que estava no livro.

Passávamos o tempo a fazer experiências. E trabalho prático.

Desde abrirmos corações. Escrutinarmos seres pequeninos dentro da terra. Microscópios. E rochas. Etc.

As aulas eram uma animação.

 

Se em casa. Nunca podia torcer o nariz a nada. Mostrar-me demasiado enjoada. Nem fazer-me de interessante.

Na escola. Achava que mandava alguma coisa.

E...

...no dia em que a professora.

Apareceu com um ratinho todo esticado e pronto a ser dissecado. Eu, Joana.

Armei-me em diva.

Mais ou menos como o meu cão Vasco faz. Quando dá de caras com uma aranha.

 

Os meus colegas rejubilaram. Eu. Encolhi-me num canto e ameacei chorar tal e qual uma miúda mimada.

A professora abriu o ratinho.

Os alunos estavam à volta dela. Para ver tudo.

E eu, Joana. Espreitava pelo canto do olho.

Depois de mostrar todos os cantos e recantos do ratinho.

A professora quis exemplificar como é que em caso de necessidade se podia reanimar a criatura.

Mostrou-nos uma palhinha. E disse-nos:

- Posicionamos a palhinha na boca do ratinho e sopramos levemente. Joana, chega, aqui. Tenta lá...

 

Passou-me a palhinha para a mão.

Debrucei-me sobre o ratinho.

Com mil Slimanis!...cheirava tão mal o caneco do animal!

Só de pensar que tinha de soprar na boca do bicho.

Era caso para pedir a reforma aos 13 anos. Tal era o trauma com que iria ficar...

Perdido por 1. Perdido por 1000.

Joana. Eu. Posicionei-me.

Joana. Eu. A enfrentar o touro pelos cornos. Ou melhor, a goela do ratinho.

Joana. Eu. Debruçada. A olhar o ratinho de cima para baixo.

Joana. Eu. Palhinha dentro da boca do ratinho.

Joana. Eu. A comandar a reanimação do ratinho. Qual Bas Dost no momento de marcar um penalti!

 

Os colegas sussurravam.

Queriam estar ali.

Na boca do lobo. Ou melhor, na goela do ratinho.

Credo. Ó senhores!  O bicho cheirava mesmo mal...e ninguém me pagava para tal...

 

Joana. Eu. Inspirei.

Joana. Eu. Qual tornado. Soprei.

Joana. Eu. Não percebi o que aconteceu.

Os colegas gritaram. E afastaram-se.

Senti qualquer coisa na cara.

E vi a professora...horrorizada.

Joana. Eu. Bruta. Que nem uma porta.

Soprei demais.

E o ratinho foi pelos ares. Ratinho por todos os lados. Tal foi o tamanho do sopro.

 

 

Ainda hoje, quando encontro os meus colegas de escola.

Não se lembram de mim porque tirei a melhor nota a história.

Ou porque cantei espetacularmente bem na festa de final de ano.

Não!

Claro que não!

Sou lembrada por este episódio. Épico. 

 

Não seria bom. Que a vida fosse como os computadores?

Pois, só que não é. Só que não é.

 

Obrigada Joana, por esta bela história. O que eu me ri, pobre do ratinho que se estivesse vivo, morria devido ao excesso de ar... Felizmente nunca me deparei com nenhum episódio semelhante.

 

Um grande beijinho e um bom fim de semana!

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One Smile a Day com.. a MJ

A minha convidada desta semana é a MJ, autora do blog Caleidoscópio. A MJ já teve outros blogs, mas felizmente seguiu um novo caminho no Sapo Blogs, o que foi uma porta aberta para a conhecermos. O Caleidoscópio é um blog que nos faz pensar, pensar na vida, no que somos, no que representamos nesta enorme peça de teatro. É um espaço de partilha, um espaço que nos permite dar a nossa opinião sem qualquer filtro. Convido-vos a conhecer o espaço, mas essencialmente a MJ, uma pessoa simpática, acolhedora, sempre disposta a uma troca de palavras. Uma pessoa que nos estende a mão e o sorriso sempre que precisamos, com opiniões bem estruturadas e fundamentadas. Uma pessoa e um blog que valem a pena conhecer.

O jantarinho.

E pronto! Isso são coisas que se façam, Srª. D.ª Mamã, convidar-me para participar na rubrica das sextas-feiras?

A um convite destes quem é que resiste? Ah, pois é! Muito obrigada, querida Chic’Ana!

Na sequência do mesmo, e para que conste, aqui fica uma “triste estória”, a “estória” de um jantarinho que deu muito que falar, ó se deu!...

Era uma vez (não é assim que começam todas as “estórias”?!) uma alminha, (quem seria?), que decidiu convidar um casal amigo, pais de duas crianças amorosas, para jantar.

Dois dedos de conversa, acompanhados de um petiscozito regado com um bom tinto, sabe sempre muito bem!

Se bem pensou, mais rapidamente concretizou. Convite feito, convite aceite, dia combinado.

Colocava-se, agora, a questão de sempre: o que fazer? Hesitou, hesitou, até que decidiu. Faria um soufflé – a amiga gostava particularmente do dito, mas fazê-lo, nem pensar, dava muito trabalho! - uma boa salada de alface, tomate, manga e frutos secos, um pudim de leite dos dela, nada daqueles de pacote, uma salada de frutas toda “janota”,  e estava o assunto resolvido.

Na véspera verifica se havia  tudo o que era necessário para a realização do planeado. Havia, não faltava nada! Esfrega as mãos de contente, arregaça as mangas, e…, vamos a isto!

Começa pelo pudim. Fá-lo de véspera - fica sempre melhor - deixa o peixe já com sal.

No dia seguinte tratará do resto: comprar umas flores, o vinho, pôr a mesa, etc., etc.

Umas horitas depois, quando vê que é altura, o soufflé não gosta de esperas, é sair do forno e ir para a mesa,  começa a preparar o dito.

À hora combinada chegam os amigos. Num corre, corre, abre a porta. Beijinho a um, beijinho a outro, corre para a cozinha. Liga o forno.

A conversa na sala está animada. Não pode estar com eles mas não se importa. Gosta de os ouvir tagarelar,  gosta de ouvir as gargalhadas dos mais pequenitos.

Entretanto, a amiga passa pela cozinha e segreda: “Vou dar um jeito ao cabelo, o “meu” soufflé merece que me alinde!” Já da porta acrescenta: “que bela ideia, a tua!” Olha-a, sorri, ar brincalhão, responde: “gulosa, és uma gulosa”!

Continua o que estava a fazer: deitar o preparado no pirex.

Abre a porta do forno, pega no pirex, e…?! Um estrondo, um grito. Todos correm para a cozinha, num susto. Ela, mãos na cabeça, não queria acreditar. O pirex tinha-lhe escorregado das mãos e estava no chão, estilhaçado, um pouco por todo o lado.

 A amiga entra, de rompante. Ainda ouve alguém que lhe grita: “cuidado”! Só que o aviso não foi a tempo, já tinha escorregado na promessa de petisco, um “petisco” que a cobria da cabeça aos pés. É que havia soufflé por toda a cozinha: do chão, às paredes, aos armários, tudo tinha sido contemplado com uma bela “banhoca”, amiga incluída que, com ar desolado, continuava sentada no chão. Um dos pequenitos aproxima-se da mãe, começa a chorar e aponta-lhe a perna. Nem tinha reparado, o sangue corria de um golpe bem feio, que tinha feito e nem se tinha apercebido. “Posso tomar um banho?”, murmura.  Banho tomado, ferida limpa, desinfetada, penso colocado.

E agora, o que fazer? Outro soufflé era impensável.

Entreolham-se. Os amigos, ar de riso mal contido, ela num sufoco. De repente, ouve-se uma vozita toda contente: “não há salsichas”? Salsichas?! “Eu quero, eu quero”, gritam os meus dois “anjos da guarda” em coro.

E assim foi: tivemos que nos contentar com umas tristes salsichinhas de lata e umas batatas fritas, de pacote. Valeu a salada, o pudim e, passado que foi o susto, o que nos divertimos com tudo aquilo.  

Muito obrigada por esta participação deliciosa, o que eu me ri. Que belo jantar de amigos que foi salvo pelos dois pequeninos e pelas salsichas. Eu bem digo que devemos ter em casa esta comida de "emergência", aqui está a prova de que faz todo o sentido.

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One Smile a Day com.. a Maria

Hoje venho apresentar-vos a Maria, autora de um cantinho muito acolhedor, o Cantinho da Casa. Este é um blog que existe desde 2008 e que está quase a completar 10 anos de existência. E é, tal como o nome indica, um cantinho que nos recebe de braços abertos, onde são partilhados pensamentos, ideias, sentimentos do dia a dia, mais profundos, menos profundos, mas sempre marcados pela genuinidade, pela simpatia e pela generosidade de alguém sempre disposto a um sorriso e a um abraço apertado. Mas deixemo-nos de introdução, pois o texto que se segue mostra bem a pessoa que existe por trás deste blog.

 

Nos anos 80, jovem apaixonada que era pela vida ( e sou) e pelo namorado que tinha então, estava de férias  com umas amigas num parque de campismo,  lá mais para o Norte do país, foram elas, um dia, dar um passeio de carro, eu fiquei no atrelado/tenda do meu pai, confortavelmente a descansar.
Naquela altura não havia telemóveis, contactar com o namorado só por telefone, ele trabalhava na altura das minhas férias, mas filho de patrão que era, de quando em vez, tirava o dia, ou a tarde para arejar.

Ora estava eu a descansar, aparece-me ele na tenda. Fiquei boquiaberta e feliz com aquela "aparição".

Decidimos dar uma volta. Não tinha como avisar as minhas amigas, elas sabiam que ele era homem de aparecer e se eu não estivesse não tinham de se preocupar, estaria com ele.

Fomos até Vigo. Nessa dia  estava bastante calor, lembro-me de ver fumo nos montes de tão vastos incêndios na altura. 

Paramos em frente a um bar discoteca, outros carros por lá estacionados, decidimos entrar para beber um copo e dançar.

Não estivemos mais de duas horas, quando decidimos sair e dar um passeio a pé, eis que chegamos à porta e não vemos o nosso carro, nem nenhum dos outros.

Pensamos de imediato que o carro fora roubado. Quem estava por perto percebeu que procurávamos o nosso, alguém nos diz que naquela zona era proibido estacionar e que a polícia rebocara todos os carros.

Ele ficou zangado. Lembro-me de comentar que a polícia sabia que aqueles carros seriam das pessoas que estavam na discoteca, que podia ter alertado o responsável e avisar-nos para os tirar dali.

Mas não havia nada a fazer, perguntamos onde ficava a estação de reboque da polícia.

Foi então que um balde de água fria nos caiu em cima. «Fica a cerca de 3 km daqui...vão encontrar uma descida bem acentuada, ao fundo encontram a polícia», lembro-me de ouvir. 

Lá fomos os dois, a dita rua  nunca mais aparecia, ambos atentos a tudo até que vejo o carro lá, na dita descida, ao fundo ( estou a vê-lo com o se fosse hoje).

O polícia  foi simpático, perdoou-nos a multa mas não perdoou o reboque.

Saímos de Vigo, não me recordo onde jantámos, decidimos parar o carro junto ao rio Minho, num lugar cheio de pinheiros, para conversarmos um pouco e  revermos o que acontecera. 

Curioso, sempre que vou para aquela zona, não me recordo do lugar exacto, mas lembro-me dele nessa noite.

A música do carro era a nossa companhia,  conversávamos sobre tudo, trocávamos os nossos beijos, até que era hora de ele regressar, o dia seguinte era de trabalho, ainda tinha de me levar ao parque de campismo, a poucos quilómetros daquele lugar...

Pôs o carro a trabalhar, meteu a marcha atrás, as rodas da frente patinavam, o carro não cedia.

«Que diabo aconteceu?!», perguntávamos preocupados.

Tentou segunda vez, sentimos que as rodas estavam "metidas" em buracos de areia.

Saímos do carro e lá estavam elas, as rodas da frente, afundadas na areia.

Quando lá chegamos não déramos conta que estacionáramos numa pequena zona de areia.

Cada um de nós junto às rodas da frente, mão a mão retirávamos a areia detrás e debaixo delas. Mas era de mais. Tão cedo não saíriamos dali.

Retirada uma boa porção de areia, ele entrou no carro, tirou os tapetes da frente, fui ajudá-lo a metê-los bem junto às rodas.

Entrou no carro e as rodas continuavam a patinar.

Transpirávamos por todos os poros do nosso corpo. Desesperados do esforço, ao mesmo tempo ríamos da cena por que passávamos.

Ninguém por perto para nos ajudar, ou se estava, certamente gozava com a cena.

Precisávamos de tirar mais  umas  quantas mãozadas de areia.

Primeira, segunda, terceira, tentativas, as rodas cedem, o carro  sai de marcha atrás, eu apanho os tapetes do carro, sacudo-os e são colocados nos seus lugares.

Cansados da cena, tarde que era, deixou-me no parque e seguiu para Braga.

Entrei na tenda. Ninguém à vista. As minhas amigas não tinham chegado, ainda.

E eu acho que nunca contei o que nos acontecera.

Durante uns tempos ria-me de tão caricata cena.

Desde então, sempre que vou à praia e estaciono o carro numa zona de areia não vou longe de mais.

«Gato escaldado de água fria tem medo».

Obrigada Maria, por esta bela partilha, para além de todas as peripécias (tenho sempre um medo terrível de me esquecer onde deixo o carro e de bancos de areia) deu para recordar e ter saudades das noites de verão, e a título pessoal, obrigada, do fundo do coração, pelo apoio, pela partilha de experiências, pela troca de pensamentos.

Um grande, grande beijinho.

 

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One Smile a Day com.. a Desconhecida

Como escapar do azar da sexta-feira 13? Fácil! Sorrir com esta rubrica e com a Desconhecida, autora do blog 1 Simples Desconhecido. A minha convidada de hoje é uma menina que nos envolve no seu dia a dia com uma forte componente familiar. Histórias hilariantes contadas na primeira pessoa de uma família unida e divertida. "Os meus miúdos", como carinhosamente lhes chama, fazem as minhas delícias. Dona de uma personalidade simpática, carinhosa e muito terra a terra, está sempre disponível para nos receber com uma chávena de chá e um abraço. Podem pensar "Mais um blog como tantos outros", mas não, este é especial, é único e envolvente. Deem uma vista de olhos, garanto que não se vão arrepender.

 

Antes de mais, obrigada Chic'Ana por este maravilhoso convite. É com enorme gosto que venho hoje até ao teu cantinho. Bem, que honra! 
 
Sem mais demoras, passemos ao que interessa... É assim, não sei se é a história mais hilariante de sempre, mas está no top!
 
Um dia de verão a tomar conta de dois dos meus miúdos...  "Vamos ao parque! Vamos ao parque! Vamos ao parque!". 
 
Com tanta pressão, fomos ao parque. Saltaram o que quiseram, andaram em todas as diversões, fizeram 1001 coisas.
 
Estavam eles nos baloiços, sentei-me em frente a eles, com uma distância de segurança, claro. E o que me lembrei de fazer?! Gravar as peripécias. 
 
Eles lá andavam para a frente para trás, falavam para a câmara, até que o miúdo Gabriel se põe a pé no baloiço e grita, "Agora vou fazer o meu SALTO TRIPLA!". 
 
Aguardamos. Pelo salto. 
 
Ele larga-se e cai de cara no chão. Mas com estilo. Alto estilo. E eu a gravar tudo, claro. 
 
Ir lá ajudá-lo?! Nem pensar... "Venham ver o vídeo, gravei o Gabriel a cair!" (atenção, estava tudo bem com ele, não sou assim tão má prima).
 
Quando ponho o vídeo a dar, rimos, rimos e rimos mais. Até as lágrimas saltarem dos olhos. Até fazerem uma poça no chão. O quê?! Uma poça de água no chão?! Mas o que é isto?!
 
Fala a miúda Leonor, a irmã do malabarista Gabriel. "Fiz xixi nas cuecas de tanto me rir!" 
 
(A caminho de casa...) 
 
"Eiiii, oiçam todos, a minha irmã fez xixi nas cuecas e já tem 10 anos! Está toda mijada!!!" 
 
Acabamos por ter dois motivos de risota geral e total. 
 
A Desconhecida 
 
O que eu me ri a imaginar a situação. Coitado do Gabriel a quem lhe faltaram as asas para voar e escapar da aterragem forçada.
Muito obrigada por esta participação, gostei mesmo muito.
 

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One smile a Day.. com a Peixe Frito

E o "One Smile a Day" está de volta. Após tanto tempo de ausência, asseguro-vos que convidei a autora com os nomes de blogs mais engraçados e que me fazem sorrir cada vez que os vejo. Bem vinda a este meu espaço, minha querida Peixe Frito. Esta bela menina e moça, tem o seu blog há 10 anos, sim, é verdade, teve início em Maio de 2008 sob o nome de Ó da guarda, peixe frito! e é um blog que exige uma certa preparação em termos de abdominais, pois a boa disposição é garantida. A autora tem sempre uma bela posta temperada à nossa disposição com os melhores ingredientes que se podem esperar: simpatia, cordialidade e disponibilidade.

Para além deste, tem também O tempo cura até queijo!, onde nos apresenta pensamentos num tom mais sério e  As formigas não gostam de canela, onde podem encontrar receitas simples e saudáveis.

 

Se vale a pena? Cada segundo do nosso tempo. Sinceramente, só tenho pena de não a ter conhecido mais cedo.. Como é que ela me escapou?

 

- Ah pois é! Eish, olha que nunca eu pensei, que alguém tivesse a coragem de me convidar para escrever algo, para o seu espacinho. Chic'Ana, és uma alma corajosa. Não receias perder e afugentar os teus leitores comigo? Mereces uma medalha! Pensando bem... uma estátua! Não estava mesmo nada à espera do convite e quero agradecer-te muito por o fazeres e amabilidade em me teres convidado.
 
Vou falar um pouco de mim: Desde pequena, que não sou uma criatura muito fadada, no que toca a ser graciosa. Enquanto as outras meninas eram delicadas e armadas em princesas, eu era um ogre: por muito que eu tentasse ser certinha e comportadinha, a vida passava o tempo a passar-me rasteiras, proporcionando episódios dignos de filme, frequentemente. Nem sabe deus, como nem porquê, que cada vez que saía em passeio com a minha família, eu arranjava sempre mas sempre maneira de me escangalhar toda: ora me baldava para dentro de um lago "cristalino" de patos e cágados. Ora tropeçava e caía dentro de uma poça ou me esparramava no chão, bem em cima da lama. Os meus pais, coitados, já sabiam que não havia dia em que eu não chegasse a casa enrolada no casaco de alguém, pois até mesmo nos sítios mais absurdos, eu conseguia sujar-me. Até eu ficava espantada e admirada. Era como se em fração de micro segundos, um vento soprasse e lá ia eu de cara direitinha à lama.
 
Cair e me estatelar desalmadamente à parte, houve uma situação que me aconteceu também em pequena, onde pela primeira vez, não me sujei! Yeahhh milagreeee... not! Comigo há sempre alguma na manga do destino: Então, ia eu uma vez toda armada ao cardo, com uns óculos de sol postos, do mais piroso que havia: cor de rosa fushia, da Barbie. Uau, mas que pausa... que cenário. Ia a andar no passeio, junto à minha mãe e irmão, cheia de mim, a esbanjar "saineto". Olho para o lado por instantes e piiiiiimbas...!!! Espetei-me contra um poste de electricidade! Não imaginam a minha vergonha, com os óculos literalmente tortos na cara, galo na testa e a assistir ao resto da família a rir como bandeiras despregadas. Só eu.
 
Era de pensar, que conforme fosse crescendo, estas situações fossem amenizadas. Sim, de facto foram... mas quando se dão, é sempre nas alturas mais propícias: além de exercer a minha profissão para a qual estudei, desde há uns anos que me decidi dedicar às medicinas alternativas com mais afinco. Resumindo: meia volta dou consultas e faço terapias conforme as questões do paciente. Agora imaginem, eu a fazer uma massagem terapêutica com cristais, esta criatura com histórico de desajeitadisse intrínseca no sangue: o paciente deitado, relaxado. Musiquinha para ajudar a acalmar e relaxar, incenso a queimar e eu a massajar com óleo e cristais. Até aqui, tudo bonito. O problema, foi quando peguei nos cristais e eles me começavam a fugir das mãos, voando para longe, com o óleo. No corpo da pessoa, ainda vá que não vá, agora quando dei por mim a fazer malabarismos com cristais mesmo em cima da cara do paciente porque o raio dos cristais só me escorregavam e fugiam pelos dedos, mesmo justamente quando eu estava a fazer a massagem facial e que me iam caindo em cima da cara da pessoa...! Meu Deus! Fiquei a saber que se estas minhas duas carreiras não funcionarem, tenho jeito para malabarista, no circo. Foi uma sorte nenhum calhau se estatelar na testa da pessoa e ela nem dar por nada daquele meu número de circo.
 
Também já me aconteceu, estar a massajar no chão, com os pés (é uma técnica fantástica, antes que 99% de quem está a ler torça o nariz) e me desequilibrar e quase eu cair em cima da pessoa. Felizmente, o meu anjo da guarda lá me segurou por algum arame e eu me equilibrei, senão ia ser bonito.
 
Podia ficar aqui a contar as peripécias da minha vida, onde o meu dom natural de graciosidade de uma gazela é o principal protagonista, mas não veria fim ao tacho. Acontecerem-me coisas na vida são uma constante. E eu, felizmente, acabo sempre por me rir de mim própria e com as situações em que me meto.
 
A vida têm um sentido de humor sarcástico e eu também. The perfect match.
 
Espero que se tenham divertido com esta minha faceta que meia volta gosta de dar o ar da sua graça e que, lá no fundo, se tenham identificado um pouco também.
Mais uma vez, uma beijoca grande a ti Chic'Ana, pelo convite e oportunidade de partilhar o lado "b" da minha vida, no teu afável espacinho.
 
O que eu me ri com este texto e com as situações nele descritas. Muito obrigada minha querida por esta bela participação.. e já sabem.. Se quiserem recorrer aos serviços da nossa Peixe Frito, cuidado, muito cuidado.. (não vá ter ela uma luva destas escondida em qualquer sessão).
 

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