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Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

Magia

À semelhança do mês anterior, esta última quarta-feira de Fevereiro é o dia de responder ao desafio palavras (quase) perfeitas. Este desafio foi criado pela Cris e já teve o resultado da primeira iteração aqui. Qualquer um é livre de participar e é muito engraçado ver as várias formas como cada blogger interpreta a mesma questão.

 

A palavra desta semana é Magia!

 

A Magia é a arte de provocar efeitos visíveis, reais, que qualquer pessoa pode verificar, através de efeitos invisíveis, que escapam á maioria dos espectadores. 

Penso que esta palavra está intrinsecamente ligada à do primeiro desafio: Acreditar!

 

Tenho um episódio muito engraçado para vos contar e que realmente demonstra o quanto as crianças conseguem sonhar / acreditar em coisas teoricamente impossíveis.

Era pequenita, com os meus 2 / 3 anos, e esta é uma memória das mais recentes que tenho. Eu e os meus pais vivíamos num prédio antigo, sem elevador. Morávamos num terceiro andar que era muito alto.

Sempre que chegávamos aos últimos 5 degraus, que eram separados das restantes escadas, eu galgava os mesmos sem nunca colocar os pés no chão. Portanto, naquele instante acreditava profundamente que, por artes mágicas, eu conseguia voar suavemente por cima dos degraus. Era uma felicidade tal que me envolvia, e que eu não conseguia explicar… O tempo foi passando e eu cada vez mais tinha de dar corda aos pés para conseguir ultrapassar os degraus. Deveria ter uns 4/ 5 anos, quando perguntei aos meus pais porque é que não conseguia voar mais, o que é que me tinha acontecido?

 

Eles olharam muito incrédulos para mim, e lá me explicaram que nunca me pegaram ao colo, mas pegavam cada um num braço, e faziam com que eu deslizasse suavemente por cima dos degraus. Se eu me lembro de lhes dar as mãos e de eles me puxarem? Não.. Só tenho a visão dos meus pés a sobrevoar os degraus, sem nunca lhes tocar, e esta imagem ainda hoje reside no meu pensamento.

 

Para mim a magia é isto mesmo: acreditar, sonhar! A magia está em cada elogio, em cada palavra de conforto e de alento que proferimos, está presente nos nossos gestos mais profundos. E acredito, sinceramente, que um mundo repleto de magia é muito melhor, mas uma magia que conseguimos compreender, nem que seja um dia mais tarde!

É importante deixar as crianças sonhar, é importante criar momentos mágicos para elas crescerem sempre com um sorriso nos lábios e sempre com a convicção de que conseguem ultrapassar qualquer obstáculo.

 

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Gostei muito deste desafio Cris, e estou curiosa para saber o que os outros vão fazer!

Acreditar

A Cris, lançou o mote e eu aceitei. “Este vai ser um desafio que pretende atravessar fronteiras, blogoesferas, realidades e conceitos. Hoje lanço aqui a primeira palavra deste desafio: palavras [quase] perfeitas, 12 palavras, 12 meses, muitas soluções.“ 

 

Muito resumidamente, todos os meses a Cris vai lançar uma palavra e essa mesma palavra será a inspiração de cada post da última quarta-feira de cada mês. A palavra deste mês é “Acreditar”.

Acreditar só por si é uma palavra que eu adoro! Uma palavra que nos faz querer ir mais além, uma palavra que nos faz crer que tudo é possível!

 

Quem mais do que as crianças para serem a personificação desta palavra? Lembram-se de como era bom sonhar? De como era bom correr e sentir a aragem nos cabelos? De como era bom fazer amigos, mesmo sem saber os seus nomes? De como era tão fácil perdoar, esquecer e seguir em frente? De como era tão simples ter sempre um sorriso radiante nos lábios? De como ultrapassávamos os mais temíveis obstáculos, e quando não lhes conseguíamos passar por cima, rapidamente os contornávamos?

 

Ser criança é acreditar e acreditar é ser criança! Vamos fazer de todos os dias, o dia mais feliz da nossa vida, vamos lutar, vamos sonhar sem nunca deixarmos de querer ir mais além, de querer atingir os nossos objetivos! Pode custar sim, mas se não acreditarmos, quem acreditará por nós?

 

Deixo-vos com imagens absolutamente inspiradoras e arrepiantes de percursos que algumas crianças têm de fazer para chegar à escola diariamente. Vêem-nas a desistir? Não! Vamos aprender algo com elas..

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Imagens retiradas daqui. (e onde encontram mais exemplos)

Numa de ajudar

Infelizmente o desemprego é uma realidade cada vez mais triste e avassaladora, ninguém está seguro a nível profissional e, desta vez, este infortúnio calhou ao nosso amigo Smurf.

Ontem recebi um e-mail com um pedido de ajuda para divulgar a sua experiência profissional e questionar se alguém está a par de alguma proposta, de alguma vaga nem que seja em part-time.

 

Relativamente a experiência profissional, sempre trabalhou na área da banca e seguros. Os últimos empregadores foram o Barclays e o Santander Totta. Possui o Curso Geral Bancário no Instituto de Formação Bancária, tendo conhecimentos variados, nomeadamente em Cálculo Financeiro / Contabilidade Geral e Bancária /Economia / Operações Bancárias Gerais I e II / Operações Bancárias Estrangeiro I e II / Mercado Financeiro I e II / Direito Bancário / Marketing e Serviços Bancários.

 

Se alguém souber de alguma oportunidade ou tenha alguma sugestão de como atuar, agradeço que deixem aqui nos comentários.

 

 

 

E já que estamos numa de ajudar, a Magda lançou-nos dois desafios a semana passada, que eu deixo também aqui:

- Vamos alimentar uma biblioteca e provar que uma pequena aldeia na Madeira também pode ter uma boa coleção de livros?

  

- Quem puder ajudar a Movimento Animal, tal como tantas outras instituições animais que carecem desesperadamente de fundos, pode fazê-lo aqui e habilitar-se a ganhar um miminho.

 

Juntos somos mais fortes, e juntos conseguimos pequenos milagres! Se possível partilhem este post, para que chegue a mais pessoas.

 

Obrigada!

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As crianças e a Tecnologia

Aqui há uns anos participei num grupo de intervenção social em que lidava com crianças pequenas, por volta dos 5/6 anos. Os encontros eram semanais e durante aquelas 2 horas em que estávamos juntos, fazíamos muitas perguntas, jogos, actividades. No fundo, proporcionávamos tempo de qualidade às crianças, em que podiam brincar, interagir, e mesmo conhecer locais que de outra forma lhes estariam vedados, por questões monetárias, por indisponibilidade e estrutura familiar, etc..

Ainda me lembro de algumas crianças nunca terem visto o mar e do brilho que tinham no olhar, ao contemplar a sua grandeza pela primeira vez.

 

Num desses encontros e estando a falar de profissões dá-se o seguinte diálogo:

Chic' Ana: Então vamos lá saber o que é que vocês gostavam de fazer no futuro.

Tive várias respostas, muitas delas futebolista, outros diziam bombeiro, outros cozinheiro, etc, até que há um que me diz que gostava de ser pai. 

Chic' Ana: Gostavas de ser pai? Que bonito, mas sabes que ser pai não é fácil, exige muita dedicação.

Criança: Ah, mas seria muito simples, eu gostava de ser pai para ter muitos filhos.

Chic' Ana: Muitos? Pior ainda.. Já viste que a Ana aqui em 2 horas com vocês por vezes tem de se zangar, por vezes fica triste com o vosso comportamento, mas também fico muito feliz com as vossas conquistas.. Agora imagina o que é teres sempre, por exemplo, 5 crianças contigo, é complicado..

Criança: Mas eu não ia ficar com eles. Então eu tinha muitas mulheres, um filho de cada mulher.

Chic' Ana: Um filho de cada mulher?

Criança: Sim, casava com uma, tinha um ou mais filhos. Depois matava-a e arranjava outra mulher, e sempre assim!

Chic' Ana: O quê? estás a ouvir bem aquilo que estás a dizer?

Criança: Sim, não sabias? É o que se faz no meu país e o que eu vejo na televisão. Mata-se e está tudo resolvido. Elas são umas chatas!

 

No final deste dia, acho que ainda estava em choque com o que tinha ouvido. Afinal, o irmão queria ser bombeiro, ele queria ter muitos filhos de várias mulheres, que matava.

Numa coisa ele tem razão: há cada vez mais programas na televisão que incitam à violência, quer física, quer psicológica. Estamos na era do facilitismo, em que as pessoas no geral, incluindo crianças e jovens, podem fazer o que bem lhes apetecer sem que as consequencias sejam merecedoras de preocupação. É fácil matar, roubar, incriminar quando na televisão se ensina a maneira de fuga a consequências adversas.

Crianças que em casa não tenham uma estrutura familiar que as ensine a ver o certo do errado, acabam por confundir estes dois conceitos, afinal, é o que passa em desenhos animados, é o que passa em séries, são as notícias que se vêm nos telejornais.

Os pais, com horários rigorosos e cada vez menos presentes, acabam por confiar os filhos à tecnologia. A minha questão é: será que estão bem entregues?

 

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Terrorismo: És tu, sou eu!

Nos últimos tempos as noticias centram-se todas no terrorismo, é na televisão, é na internet, é no rádio, enfim, por todo o lado. Hoje de manhã pude comprovar que o terrorismo não é mais aquele conceito distante e que apenas acontece aos outros. Não, ele está bem ao nosso lado, bem perto de nós.

Não assisti a nenhum atentado bombista nem a nenhuma troca de tiros, mas assisti a algo que para mim também é terrorismo, outras formas de terrorismo. Ora vejam:

  • Ia um senhor a atravessar, já a meio da passadeira, quando um outro condutor ultrapassa o que estava parado, e foi por uma unha negra que não embateu no peão. Com a velocidade a que ia, garanto que estaria mais uma vida em risco;
  • No metro, quando entra alguém grávida, com dificuldades motoras, com crianças ao colo, subitamente existe uma grande azáfama para os que estão sentados começarem a dormir, a jogar nos telemóveis, tudo para que não tenham de levantar a cabeça e olhar ao redor oferecendo o seu lugar;
  • Ao sair do metro, estava um senhor invisual, a procurar as escadas para descer, as outras pessoas passavam por ele, desviavam-se da bengala, mas nada de o ajudar. Esta situação tocou-me muito, fiquei bastante triste por ver em que estado se encontra a sociedade. Lá me dirigi apressadamente ao senhor e encaminhei-o para o sitio correto. 1 minuto do meu tempo significou imenso para aquela pessoa;
  • Corridas de carros que acabam por sacrificar quem se encontra ainda a trabalhar, ou a dirigir-se para casa após um cansativo dia de trabalho (como as noticias que podemos ver hoje).

 

Agora digam-me, não é isto também terrorismo? Não está presente em cada um de nós? Podemos mudar? A resposta é sim, podemos mudar e fazer a diferença, podemos ser mais tolerantes, mais simpáticos e com gosto em ajudar. Podemos aprender a dizer sim, um sim constante, ao invés da indiferença e de nãos automáticos. Podemos parar para refletir qual o caminho que estamos a seguir. Podemos plantar uma semente neste mundo que está a ficar doente.

Não somente através da colocação de filtros no facebook, atenção que eu não discordo, mas também não concordo a 100%, pois o facebook é uma ferramenta mundial, estar a preferir a França ao invés de outros países não é correcto, é estar a erguer ainda mais muros do que aqueles já existentes. E existem tantas mortes inocentes por este mundo fora..

 

Vamos mudar sim, enquanto pessoas, vamos fazer a diferença no nosso pequeno mundo, pois pequenos gestos levam a grandes alterações. Vamos ser todos como a Mafalda:

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