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Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

Ventos de Mudança

A imagem deste blog sempre foi a Mafalda, aquela menina irreverente, com questões prontas na ponta da língua, com as suas invenções. É uma personagem de quem eu gosto muito, por todos os seus comentários, sociais e políticos, e preocupações nada típicas de uma criança de 6 anos. A Mafalda representa o constante inconformismo, sempre com fé que consiga alterar algo, fazer a diferença por um mundo em mudança.

Para mim fazia todo o sentido que o meu avatar a representasse, porque, tal como ela, acredito que podemos fazer a diferença, acredito que as nossas atitudes, por mais pequenas que sejam, podem mudar o rumo dos acontecimentos. Existiu um facto muito curioso que nos uniu, apesar de só me ter apercebido disso mais tarde: o blog nasceu a 29 de Setembro, e a Mafalda fez a sua primeira aparição também a 29 de Setembro de 1964.

 

Mas, é chegada a hora de me despedir desta simpática personagem que me acompanhou ao longo de um ano e assumir algo mais próximo da realidade.

 

A minha irmã é das pessoas que mais me surpreende, e, tendo eu dito que pretendia atualizar a imagem, ela colocou mãos à obra e nasceu uma nova personagem. Uma personagem desenhada a carvão num simples pedaço de papel, uma imagem única e original, uma imagem que capta o meu cabelo rebelde, os olhos azuis e as sardas que teimam em aparecer quando o sol fica mais forte. Associada a esta personagem ela captou algumas das minhas expressões – desorientada (uma situação frequente) e zangada. No entanto, esta é a minha primeira escolha. Apresentar-vos-ei as outras com o passar do tempo e sempre que se apliquem ao contexto.

 

Espero que gostem, eu… Adoro, obrigada K!! És das pessoas mais talentosas e especiais que eu conheço, e o talento espelha-se em tudo o que fazes.

 

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A tosquia

Ontem encontrei a minha vizinha dos cães com dupla personalidade, a Gigi e o Lulu.

Curiosamente vinha com o Lulu, já os sei distinguir porque a cor da trela do cão é preta, e a da cadela é cor-de-rosa, e no lugar da Gigi, sim, porque a trela era a dela, estava outra cadela, mas sem gracinha nenhuma.

 

Chic’ Ana: Então vizinha, o que aconteceu à Gigi?

Vizinha: Nada, está tudo bem.

Chic’ Ana: Então mas já não a vejo há alguns dias, e arranjou outro cão?

Vizinha: Bom, está a olhar para a Gigi, só que ela foi à tosquia…

Chic’ Ana Ela é assim tão pequenina? 

 

Não têm noção de como a cadela ficou, aqueles cães que eram lustrosos, de longo pêlo... Desaparecem quando este é cortado, perdem toda a classe e fofice com que me conquistaram. Para a semana é o Lulu que vai à tosquia, depois parece que anda a passear dois ratinhos.

 

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As crianças e a Tecnologia

Aqui há uns anos participei num grupo de intervenção social em que lidava com crianças pequenas, por volta dos 5/6 anos. Os encontros eram semanais e durante aquelas 2 horas em que estávamos juntos, fazíamos muitas perguntas, jogos, actividades. No fundo, proporcionávamos tempo de qualidade às crianças, em que podiam brincar, interagir, e mesmo conhecer locais que de outra forma lhes estariam vedados, por questões monetárias, por indisponibilidade e estrutura familiar, etc..

Ainda me lembro de algumas crianças nunca terem visto o mar e do brilho que tinham no olhar, ao contemplar a sua grandeza pela primeira vez.

 

Num desses encontros e estando a falar de profissões dá-se o seguinte diálogo:

Chic' Ana: Então vamos lá saber o que é que vocês gostavam de fazer no futuro.

Tive várias respostas, muitas delas futebolista, outros diziam bombeiro, outros cozinheiro, etc, até que há um que me diz que gostava de ser pai. 

Chic' Ana: Gostavas de ser pai? Que bonito, mas sabes que ser pai não é fácil, exige muita dedicação.

Criança: Ah, mas seria muito simples, eu gostava de ser pai para ter muitos filhos.

Chic' Ana: Muitos? Pior ainda.. Já viste que a Ana aqui em 2 horas com vocês por vezes tem de se zangar, por vezes fica triste com o vosso comportamento, mas também fico muito feliz com as vossas conquistas.. Agora imagina o que é teres sempre, por exemplo, 5 crianças contigo, é complicado..

Criança: Mas eu não ia ficar com eles. Então eu tinha muitas mulheres, um filho de cada mulher.

Chic' Ana: Um filho de cada mulher?

Criança: Sim, casava com uma, tinha um ou mais filhos. Depois matava-a e arranjava outra mulher, e sempre assim!

Chic' Ana: O quê? estás a ouvir bem aquilo que estás a dizer?

Criança: Sim, não sabias? É o que se faz no meu país e o que eu vejo na televisão. Mata-se e está tudo resolvido. Elas são umas chatas!

 

No final deste dia, acho que ainda estava em choque com o que tinha ouvido. Afinal, o irmão queria ser bombeiro, ele queria ter muitos filhos de várias mulheres, que matava.

Numa coisa ele tem razão: há cada vez mais programas na televisão que incitam à violência, quer física, quer psicológica. Estamos na era do facilitismo, em que as pessoas no geral, incluindo crianças e jovens, podem fazer o que bem lhes apetecer sem que as consequencias sejam merecedoras de preocupação. É fácil matar, roubar, incriminar quando na televisão se ensina a maneira de fuga a consequências adversas.

Crianças que em casa não tenham uma estrutura familiar que as ensine a ver o certo do errado, acabam por confundir estes dois conceitos, afinal, é o que passa em desenhos animados, é o que passa em séries, são as notícias que se vêm nos telejornais.

Os pais, com horários rigorosos e cada vez menos presentes, acabam por confiar os filhos à tecnologia. A minha questão é: será que estão bem entregues?

 

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Sensibilidade masculina

Quem não conhece a típica sensibilidade masculina?

Mesmo aqueles homens que compreendem certos rituais de beleza, que até compreendem a preocupação com a roupa e a necessidade de uma mulher ter vários pares de sapatos e várias malas, têm algumas pérolas que nos irritam profundamente a dada altura, mas que depois até toleramos e acabamos por nos rir, na medida do possível, claro está..

 

Quem me conhece pessoalmente sabe que o meu cabelo é encaracolado e que tem uma personalidade muito própria. Ora, há uns tempos fui convidada para uma festa, e, para evitar alguns disparates que ele por vezes me proporciona, fui ao cabeleireiro e optei por esticar o cabelo, não tinha de me preocupar mais com o penteado.

Após alguns ui's e ai's, lá estava ele, esticado, reluzente, bonito.. Saí de lá muito satisfeita com o resultado final: mais sofisticada!

O M nunca me tinha visto com o cabelo esticado, pois ao longo da minha existência apenas o estiquei umas 2 ou 3 vezes.

 

Chego ao pé dele, toda feliz e contente, estilo peru inchado a pavonear-me para lhe mostrar a diferença, e eis senão quando..

(olha para mim em choque, mirando de alto a baixo, dando a volta para ver melhor e....)

M: Ana, parece que foste lambida por uma vaca!!

Chic' Ana 

 

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Foi isto.... têm algum episódio típico desta sensibilidade masculina?

 

Não se esqueçam de participar no passatempo, que termina já amanhã! 

 

E espreitem também a minha opinião sobre como deveria ser um cliente perfeito, aqui!

Terrorismo: És tu, sou eu!

Nos últimos tempos as noticias centram-se todas no terrorismo, é na televisão, é na internet, é no rádio, enfim, por todo o lado. Hoje de manhã pude comprovar que o terrorismo não é mais aquele conceito distante e que apenas acontece aos outros. Não, ele está bem ao nosso lado, bem perto de nós.

Não assisti a nenhum atentado bombista nem a nenhuma troca de tiros, mas assisti a algo que para mim também é terrorismo, outras formas de terrorismo. Ora vejam:

  • Ia um senhor a atravessar, já a meio da passadeira, quando um outro condutor ultrapassa o que estava parado, e foi por uma unha negra que não embateu no peão. Com a velocidade a que ia, garanto que estaria mais uma vida em risco;
  • No metro, quando entra alguém grávida, com dificuldades motoras, com crianças ao colo, subitamente existe uma grande azáfama para os que estão sentados começarem a dormir, a jogar nos telemóveis, tudo para que não tenham de levantar a cabeça e olhar ao redor oferecendo o seu lugar;
  • Ao sair do metro, estava um senhor invisual, a procurar as escadas para descer, as outras pessoas passavam por ele, desviavam-se da bengala, mas nada de o ajudar. Esta situação tocou-me muito, fiquei bastante triste por ver em que estado se encontra a sociedade. Lá me dirigi apressadamente ao senhor e encaminhei-o para o sitio correto. 1 minuto do meu tempo significou imenso para aquela pessoa;
  • Corridas de carros que acabam por sacrificar quem se encontra ainda a trabalhar, ou a dirigir-se para casa após um cansativo dia de trabalho (como as noticias que podemos ver hoje).

 

Agora digam-me, não é isto também terrorismo? Não está presente em cada um de nós? Podemos mudar? A resposta é sim, podemos mudar e fazer a diferença, podemos ser mais tolerantes, mais simpáticos e com gosto em ajudar. Podemos aprender a dizer sim, um sim constante, ao invés da indiferença e de nãos automáticos. Podemos parar para refletir qual o caminho que estamos a seguir. Podemos plantar uma semente neste mundo que está a ficar doente.

Não somente através da colocação de filtros no facebook, atenção que eu não discordo, mas também não concordo a 100%, pois o facebook é uma ferramenta mundial, estar a preferir a França ao invés de outros países não é correcto, é estar a erguer ainda mais muros do que aqueles já existentes. E existem tantas mortes inocentes por este mundo fora..

 

Vamos mudar sim, enquanto pessoas, vamos fazer a diferença no nosso pequeno mundo, pois pequenos gestos levam a grandes alterações. Vamos ser todos como a Mafalda:

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