O Chinelo Voador
Já que o bom tempo não impera, vamos começar a recordar histórias de verão, calor e emoção para ver se ele mostra um cheirinho de si... E por falar em cheiro...
Há uns anos atrás, tínhamos alugado um apartamento em Portimão, mesmo de frente para a praia. Como apartamento de férias que era, era de dimensões reduzidas, portanto, tudo o que um fazia, o outro sabia.
O meu pai adorava passear pela casa toda de chinelos, e fazia mais que bem, afinal, férias gritam por conforto, mas no caso dele, por mau cheiro também.
Foram uns chinelos caros, de marca, que ao apanhar diferentes ambientes: praia, piscina, sol, calor, começaram a ter um cheiro insuportável.
Ninguém podia conviver com os chinelos, ou eram eles dentro do apartamento, ou éramos nós.
Fartas de refilar com o meu pai por causa dos mesmos, e ele casmurro que tinha gasto bastante dinheiro nos chinelos e que estavam novos, teimava em utilizar e passear os mesmos por todas as divisões, mesmo junto ao nosso nariz.
Passou um dia, passaram dois dias, ao terceiro dia, viu-se um chinelo a voar pela janela do 6º andar de um apartamento!
(para um terreno baldio, sem vivalma, atenção! e depois de aplicarmos inúmeras técnicas para retirar o mau cheiro..)
Pai: Isso que acabou de voar foi um dos meus chinelos?! Vou já lá abaixo apanhar o mesmo!
Chic' Ana: Boa sorte, com a luz que tens no terreno baldio pode ser que voltes para casa antes do amanhecer. Leva saco cama e lanterna, a procura vai ser longa....
Nessa mesma noite, o outro chinelo desapareceu misteriosamente para destino incerto, porque teimoso como ele é, no dia seguinte ia fazer uma excursão em busca do chinelo desaparecido.
Ainda hoje fala nos chinelos e já passaram uns bons anos..