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Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

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One Smile a Day com.. a Teresa

O One Smile a Day desta semana chega mais cedo,amanhã farei gazeta pois preciso de me preparar para um casamento, não o real, mas outro que será bem mais real para mim.

A minha convidada desta semana é a Teresa, autora do blog Ontem é só memória. Este é um blog pessoal, quase como um diário que nos guia para a vida da autora. Podemos contar com desabafos, com posts mais cómicos e com belas imagens. Tenho de confessar que a minha rúbrica favorita é a "Hora da Póóóchete". Uma pessoa simpática, terra-a-terra, que nos acolhe sempre com um sorriso e boa disposição. Não conhecem a Teresa? Convido-vos a passar por lá e a lerem a peripécia que ela nos conta de seguida. 

 

Eu devia ter os meus sete ou oito anos quando esta história aconteceu. Eu estava na segunda classe e era dia 26 de abril. De forma a ensinar às crianças o simbolismo do feriado do dia anterior, a professora pediu-nos para fazermos um desenho sobre as coisas que tínhamos feito e visto no feriado, incluindo, uma corrida que se fazia aqui em Gondomar para assinalar a data.
Nunca fui daquelas crianças que gostam de desenhar, por isso comecei logo a torcer o nariz ao trabalho, afinal de contas uma pessoa vem relaxada do feriado e chega à escola para fazer desenhos? Que chatice!!! Lá peguei no material e fiquei sentada a olhar para folha A4 branca, como é que ia encher aquilo com desenhos quando eu além de não gostar de desenhar sou péssima a fazê-lo?! Olhava para os lados e via os meus colegas todos entusiasmados, e eu ali, sem o talento e sem a vontade!
Acabei por dividir a olha em alguns quadrados, e fui desenhando dentro das minhas limitações e sempre evitando desenhar pessoas (afinal é mais fácil desenhar casas quadradas do que pessoas), mas quando cheguei ao ultimo quadrado, tive que aceitar a dura realidade, eu tinha que desenhar a corrida do 25 abril, e na realidade eu não queria, desenhar inúmeros bonecos a correr, simplesmente dava muito trabalho e eu não queria nem gostava de desenhar.
No lado direito do quadrado que sobrava eu desenhei (muito mal, mas pronto não dava para mais), a parte da frente de um carro, e entenda-se que por parte da frente, era apenas meia roda, e o capô do carro com uns faróis manhosos, tudo relativamente grande para ocupar o máximo de espaço possível. Do lado direito do quadrado limitei-me a desenhar um boneco, mas não pensem já que eu tinha libertado a minha veia artística, o boneco que eu desenhei era aquele super básico feito com linhas ao estilo boneco do jogo do enforcado, com a variante (e aqui eu já estava a usar todo o meu talento), que um dos braços estava levantado no ar com os dedos a fazer o V de vitória.
Senti-me realizada com o trabalho, duas casas quadradas, algumas árvores, meio carro e um boneco já era muito bom, vindo de mim, por isso quando a professora começou a chamar os meus colegas para "avaliar" os trabalhos deles, fiquei com a sensação que ia ter problemas, afinal de contas, os outros miúdos tinha feito inúmeras pessoas a correr (alguns bem mais feios que o meu boneco do enforcado), e a professora só lhes dizia "muito bonito" ou "muito bem" ou pior ainda "muito bem desenhaste as pessoas todas que estavam na corrida".
Imaginam a minha cara ao ouvir aquilo... Eu só tinha UMA pessoa desenhada e já tinha sido um sacrifício!
Entretanto chegou a minha vez de mostrar o meu desenho (o lado bom de ter um nome começado por T, é que sou quase sempre a última a apresentar os trabalhos), quando estiquei a folha à professora ela ficou muito séria a olhar para a folha e depois para mim.
- Teresa o desenho está bonito, mas não desenhaste a corrida, e eu disse para desenharem a corrida...
- Mas senhora professora eu desenhei, está aqui (disse eu apontando para último quadrado)
- Mas aqui só está um menino, de certeza que estavam mais pessoas na corrida.
- Claro que estavam! Mas esse foi o que ganhou, e ganhou a corrida por um diferença tão grande que outros ficaram para trás e não cabiam na folha!
Ainda hoje a minha mãe conta esta história, pois ao que parece este foi o tema da reunião de pais seguinte. E eu aprendi uma lição valiosa, uma boa resposta pode safar-nos de muitos problemas.
 
Espero que tenham gostado, aproveito para agradecer à Ana do fundo do coração a possibilidade que ela me deu de participar neste desafio.

 

Obrigada minha querida, nem imaginas o que eu me ri a imaginar toda a situação. Sem dúvida que foi uma resposta valiosa.. É assim, todos temos o nosso papel, tu podias não saber desenhar na perfeição, mas tinhas outros talentos bastante desenvolvidos! =)

 

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 Um bom fim de semana para todos!

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