One smile a day... com a Happy
A minha convidada desta semana é a Happy, autora do blog Happyness is Everywhere. Só o próprio nome inspira a formar um sorriso e convida a visitar este espaço. Tem como principal mote "O Povo português é essencialmente cosmopolita. Nunca um verdadeiro Português foi português: foi sempre tudo. FP" E é precisamente este "Tudo" que encontramos no blog. Um blog que nasceu no primeiro dia de 2017 e que é fruto do gosto e da própria necessidade da escrita. Repleto de temas da atualidade, reflexões e também uma forte componente pessoal, é um bom local de passagem para um café e uma troca de palavras com a autora, sempre disponível e simpática. Que me dizem? Já conhecem?
Quando há uns dias abri o email e vi uma mensagem da Chic’Ana, não queria acreditar. A sério? Eu tinha sido convidada a participar na rubrica que tanto prazer me dá ler todas as semanas? E aí começou a saga, o frisson: que vou contar? Ainda para mais, com uma viagem pelo meio, como vou fazer? Fui pensando em situações passadas mas acabou por ser o meu filhote a relembrar-me deste episódio e aqui vai. Espero que esteja à altura da fasquia que a rubrica da Chic’Ana já detém.
Correndo o risco da rubrica da Chic’Ana deixar de se chamar “One smile a day”, para se passar a chamar “O cantinho da bicharada” ou algo do género, vou perpetuar o tema e falar de bicharia indesejável… Esta história tem pouco do real da realidade, mas quando é que podemos afirmar que o psicológico não é real?
Então recuemos uns anos, a uma das minhas viagens. Dois dias antes, uma insónia daquelas, que me fez agarrar a um livro. Li-o de enfiada, mas o sono não vinha e então liguei a televisão. Zapping à procura de alguma coisa minimamente interessante e eis que… Aracnofobia! Lembram-se do filme? Tem muitos anos mas eu nunca tinha visto, até porque esses rastejantes (aliás quaisquer rastejantes) me enervam e portanto esse seria um filme a nunca ver. Penso que estar em défice de sono e com apenas um terço dos neurónios a funcionar terá tido toda a importância na escolha que fiz nessa noite. Pois, vi o filme. Horrível, só vos posso dizer que era horrível. Já não me lembro da história – aliás acho até que deve ser como os filmes pornográficos – a história não é o importante, o que conta são as cenas. E Oh meu Deus, se havia cenas… Ele eram aranhas a sair do lavatório, das paredes, dos colchões, das… bem, já perceberam a coisa, não é? O filme terminou, a noite terminou e não voltei mais a pensar nisso.
Mas depois fui para a República Checa e nessas viagens que costumo fazer, o hotel é normalmente por conta da entidade organizadora. A maior parte das vezes, ficamos em bons hotéis, mas por vezes somos surpreendidos com inovações que nos sabem bem por marcarem a diferença, por serem uma alternativa a hotéis e qualquer alternativa é bem- vinda. E seria o caso desta viagem, caso eu não tivesse visto o Aracnofobia!
Então, depois do jantar, levam-nos a uma entrada de uma floresta, dão-nos um mapa dos alojamentos e dizem-nos que só temos de passar a cancela, seguir o trilho e depois o mapa. Ligámos os telemóveis para ter mais um pouco de luz e lá fomos todos andando pelos trilhos até chegar às cabanas de cada um. Sim, cabanas! Sim, no meio da floresta.
Cheguei à minha. Cabana de madeira. Paredes de madeira. Soalho de madeira. Podia ser pior?
Claro que podia! Mas a imaginação tem um poder estrondoso!!E foi assim que passei a pior noite da minha vida, querendo adormecer mas com medo de adormecer, e sem ter visto claro, uma única aranha ao vivo!!
Penso que todos nós temos uma situação que nos faz rir às gargalhadas quando a recordamos, e este é um belo exemplo disso mesmo. Por compreender bem este sentimento, estava a imaginar-me a fazer exatamente o mesmo!
Quando vejo um filme mais intenso a dificuldade em adormecer é grande, então num local desconhecido, cabanas de madeira, onde as aranhas podiam ser uma constante!! Ui!!!
Muito obrigada por mais uma fantástica participação.