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Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

A Trilogia das Cadeiras - terceira parte

E para terminar esta trilogia, nada melhor que saltar do campo para a cidade, onde as cadeiras também não me dão tréguas.

 

Aqui há uns tempos, na empresa onde trabalho, ia haver uma apresentação de marketing, e, como a sala não era suficiente para abarcar todos os colaboradores, tirámos à sorte quem ia e quem ficava, sendo que quem não assistia, tinha acesso à informação em tempo real.

Ora, calhou-me em sorte ir à apresentação.

Cheguei um pouquinho mais cedo, e, quando entro na sala vejo que as cadeiras a utilizar estavam todas encostadas à parede, fechadas. Comecei logo a transpirar porque geralmente estas cadeiras não são nada estáveis. E estava com receio de dar um trambolhão.

 

Lá vou eu buscar a minha cadeira, e tento abrir, nada, a cadeira não abria. Estavam a chegar cada vez mais pessoas, e eu, que pensei que aquela podia estar avariada, fui trocar a cadeira. Nada, esta nova também não abria, muito discretamente, decidi seguir alguém que chegava à sala e ver como é que abria a cadeira.

Abriu sem qualquer dificuldade e sentou-se. Parecia tudo tão simples e eu andava com a minha cadeira fechada de um lado para o outro. Nisto já tinham passado 10min, mas tinha tempo, a apresentação estava atrasada.

 

Continuo a fazer força, sempre a olhar para o lado para ver se alguém reparava em mim, mas estavam mais afastados na conversa e eu continuava à luta com a cadeira.

 

Nisto, o meu telemóvel começa a vibrar com muita insistência, mas a minha preocupação naquele momento era outra. Passaram mais 5 minutos e há alguém, que já tinha a cadeira aberta que sai da sala. Muito rapidamente dirijo-me para o lugar da pessoa, troco a cadeira fechada por aquela já aberta e finalmente sento-me à espera da apresentação.

 

Vou ao telemóvel ver as mensagens e os e-mails, quando reparo numa mensagem muito particular:

Mensagem: Ana, queres ajuda com a cadeira?

 

Olho em redor e nada de ver a pessoa que mandou mensagem, aliás, a pessoa não vinha à apresentação. Que estranho. Até que recebo nova mensagem.

 

Mensagem: Escusas de olhar em volta, estamos todos a ver-te pela câmara há algum tempo. O melhor que fizeste foi realmente roubar uma cadeira já aberta..

 

Nem queria acreditar que tinham visto o meu comportamento do inicio ao fim, eu que fiz de tudo para ser discreta, só que me esqueci da câmara e andei a pavonear-me mesmo à frente desta. Acho que fiquei corada do inicio ao fim e quando terminou inspirei fundo umas vezes antes de regressar ao posto de trabalho. 

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