A Trilogia das Cadeiras - segunda parte
Como qualquer trilogia, das boas, esta tem de manter o suspense e tem de cativar o leitor. Na primeira parte apresentei-vos a destreza, a habilidade de abrir uma simples cadeira. Na segunda parte, garanto que nada ficou entalado. Curiosos?
Pois bem, na continuidade de apanhar os tão famosos raios de sol, em Maio, um Maio mais distante, sem toda esta chuva, mais especificamente no ano passado, a Ana vai buscar uma cadeira.
Uma cadeira das tradicionais, de plástico, de exterior que não abrem nem fecham para não haver o risco de qualquer peripécia.
Coloco a cadeira no terreno, sento-me e começo a contemplar o que se passa ao redor. Avisto um caracol, um simples caracolinho que por lá andava a passear, mas como não andava mais ninguém por perto e não corria o risco de ser pisado, continuei a apanhar sol. Passado uns minutos, observo que o caracol se está a aproximar perigosamente de mim, e soam os alarmes de fuga ao caracol.
Contudo, o sol estava mesmo quentinho e optei por cruzar e encolher as pernas em cima da cadeira, ora, com esta redistribuição de peso, a cadeira não aguenta e cai para trás, comigo estatelada no meio do chão e de pernas no ar...
Fico assim algum tempo, a pensar no que tinha acabado de acontecer, quando me recordo do caracol, procuro-o, e este está mesmo ao meu lado, com a cabeça esticada ao máximo, a olhar para mim.. Como viu que eu continuava sem me mexer, com toda a sua descontração, passa mesmo ao lado da minha cabeça e segue caminho.
Uma pessoa não merece ser ignorada de semelhante forma..
Este pânico pelos caracóis tem uma explicação, pode ser encontrada aqui!