A arte de dormir
Felizmente tenho a capacidade de adormecer facilmente e ter noites tranquilas. Ontem não foi exceção. Adormeci ainda mal o M se tinha deitado, dormi profundamente até de manhã.
Sou sempre a primeira a levantar-me e passado 30 minutos levanta-se ele. Para não o acordar, não acendo nenhuma luz, saio lentamente do quarto, sem barulho e fecho a porta para a claridade não incomodar.
Ontem, passo várias vezes pela porta do quarto e ela continua bem fechada. Dou ali umas quantas voltas, mas preciso mesmo de ir buscar os acessórios que me faltam.
Abro a porta lentamente , olho para a cama e estava vazia! Vazia! Começo a resmungar para mim própria que ele saiu do quarto e deixou a porta fechada, estando já a atrasar-me.
Passado uns minutos aparece ao pé de mim:
Chic’ Ana: Então, mas tu fechaste a porta novamente? Pensava que estavas a dormir, estou farta de dar aqui voltinhas!
M: Mas.. tu não reparaste que eu não dormi aí?
Chic’ Ana: Não dormiste aqui? Então dormiste onde?
M: No escritório.
Chic’ Ana: Porquê?
M: Os vizinhos do prédio do lado estavam com mais uma festa de arromba. Música aos altos berros até às 2h30 da manhã.
Chic’ Ana: Não ouvi nada!
M: Pois, eu reparei. Não conseguia dormir e estava a ficar mal disposto, levantei-me e adormeci no sofá. A sério que não viste que eu não estava na cama? Nem quanto te levantaste?
Pois, não vi mesmo. Acordei, vesti-me, ajeitei a roupa da cama, pensando que o estava a tapar, não acendi qualquer luz, saí em pezinhos de lã e não ouvi nem vi qualquer barullho no escritório. Conclusão: Eu estou a dormir até colocar um pé na rua.