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Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

Uma história assustadora - A banheira

Na noite seguinte ao mistério do gatinho, os nossos pais mostraram-se reticentes em nos deixar na vivenda (mais que compreensível), portanto, ficámos no nosso apartamento de férias alugado, no 3º andar, onde os gatos não chegavam. Desta vez ficámos as 3.

Como eu não tinha muitos jogos, ligámos a televisão e estava a dar uma série do género dos “Arrepios”. Estávamos as 3 aconchegadas no sofá, nenhuma quis dar parte de fraca e continuámos a assistir, embora o medo fosse crescendo..

 

Às tantas começaram a vir uns barulhos estranhos da casa de banho, uma espécie de assobio. Nós encolhemo-nos e apelámos ao nosso lado racional. Ficámos em silêncio mais uns tempos, até que há uma embalagem que cai na banheira e faz um estrondo enorme.

Ok, já não era imaginação nenhuma, levantámos-nos, fomos espreitar para dentro da casa de banho e a cortina da banheira encontrava-se a abanar, suavemente, tal e qual uma respiração. Corremos para a cozinha, começámos a pensar que estávamos tramadas, que desta vez é que era, e pegámos em armas de defesa. Havia um rolo da massa, várias facas e, armadas como podíamos, voltámos à casa de banho.

 

A cortina continuava a abanar e uma delas não foi de meias medidas, toca de esquartejar a cortina. Não acertou em nada! Começámos a atacar a cortina desenfreadamente, até que esta ficou em farripas. Desistimos desta tarefa e pensámos que se lá estivesse alguém, devia estar encolhido no fundo da banheira, ou que já estava morto. Já estávamos a ver a vida a preto e branco, por detrás de umas grades, portanto o medo de sermos assaltadas, passou a medo de ter magoado alguém.

 

Abrimos a cortina a tremelicar, e a banheira estava vazia.. completamente vazia. Mas como é que a cortina abanava? Simples, estava uma janelinha aberta a fazer corrente de ar.. Como nenhuma de nós tinha janelas na casa de banho, nem nos passou pela cabeça tal cenário.

 

Rapidamente o medo do assalto, o medo de ter magoado alguém, foi substituído pelo medo de ver os nossos pais e de lhes explicarmos como é que tínhamos deixado a cortina da casa de banho em farripas. Ainda por cima de um apartamento alugado (Este último medo ainda foi mais agressivo que os outros).

 

Escusado será dizer que não ficámos mais sozinhas em casa o resto das férias, que tivemos de ir comprar uma nova cortina, e só não ficámos de castigo, porque depois da nossa explicação e da incredulidade, se desmancharam a rir…

 

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