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Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

One Smile a Day com... a Carolina

E a minha convidada desta semana é a Carolina, autora do blog Gesto, Olhar e Sorriso. Penso que dispensa qualquer tipo de apresentação, mas, resumindo tudo numa única palavra, escolheria: sonho!

Sempre ornamentando por doces palavras e sentimentos, não conseguimos sair de lá sem que fiquemos arrepiados com o tema. Consegue tocar no mais íntimo de cada um e isto é simplesmente um dom! Visitem porque não se vão arrepender, para além de que a Carolina é uma simpatia, sempre com um sorriso acolhedor e contagiante.

 

Pensei muito sobre o que havia de escrever, estava difícil escolher uma situação das minhas peripécias extraordinárias… Por isso vou contar uma série de acontecimentos que têm que ver com o facto de a minha pessoa ser um desastre, não a conduzir mas a andar de transportes públicos.

Na altura da faculdade não vos aconselhava a andar comigo de autocarro, porque eu parecia atrair estranhos acontecimentos. Vamos começar?

 

  1. Mão entalada

Sim leram bem. Aqui a Carolina ia muito divertida com as suas colegas na gargalhada, apoiada na coluna da porta do autocarro, porque não havia nem lugares sentados e a malta que estava em pé ocupava todas as colunas do meio e eu lá pensei que estava segura… Mas, eis que uma colega minha ao desequilibrar-se toca no “STOP” e na paragem de seguinte a porta abre para ninguém sair, porque foi toque de engano. No entanto, serviu para entalar a minha mão, porque a porta desse autocarro que, ao contrário da maioria, abria para dentro.

Começo a entrar em stress, pois aquilo nunca mais fechava e a minha mão estava a ficar inchada, até que não aguentei mais e gritei ao condutor: “senhor por favor feche a porta, tenho a mão entalada” o problema começou realmente aí, é que a porta não fechava por causa da minha mão lá estar, já pensava o pior, até que consegui com algum esforço tirar a mão de lá, mão essa que me doeu e inchou durante o resto do dia.

Eu sei, é mau de mais!

 

  1. Ameaça de tiroteio

Ahahah. Assustador, na altura, uma gargalhada agora!

Vocês sabem o que acontece quando senhoras idosas se juntam todas à converseta num autocarro não é? Pois é, falam da vida dos outros, do tio Manel, da senhora Maria do Anacleto, mas ali falavam de um pobre homem que ia a dormir ao lado delas. O homem roncava para todos os lados, parecia inofensivo, até que alguém começa a cochichar (alto de mais!) que ele dormia de dia, porque à noite andava na vadiagem, que praticava crimes e que era um homem maldoso. E o homem continuava a dormir, até que começa quase a cair do banco e as senhoras cada vez mais se riam e cochichavam e riam-se demasiado alto, até que alguém o acorda e que mau acordar, porque alguém continua a cochichar sobre a sua vida “seu gatuno durma de noite” e eis que ele se enerva e ameaçava que está armado, que nos põe todos de baixo dos bancos com medo, que o condutor o conhece e que sabe que ele é bem capaz disso, o caos instalou-se, ao ponto de um rapaz sair e entrar na mesma paragem para apanhar ar e eu só rezava para que o senhor saísse na primeira paragem, o que acabou por acontecer!

Embora hoje me ria, foi um momento assustador assim como o seguinte… mas o último não me envolvia a não ser como testemunha!

 

  1. Porrada forte e feia

Isto é inédito, nunca antes visto. É certo que nos autocarros normais não há espaço para toda a gente, e que ninguém pode ir em pé, porque o condutor sujeita-se a uma multa pesada, mas há quem não perceba e quem se faça entender pela violência.

Eram sete da manhã se não me engano, as pessoas apressadas para ir para o trabalho empurravam-se umas às outras para entrar naquele autocarro, mas não dava para todos, é claro. Um senhor que ficou retido na fila, sem lugar para se sentar, começou a dizer que era uma vergonha que queria entrar, que não ia ficar em terra, nem chegar atrasado ao trabalho (tanto stress quando o próximo chegava dali a 20minutos). “Eu vou entrar” insistia o senhor, irritado com o sistema (e tinha razão), “oh meu amigo eu já disse que não pode”, “mas eu vou entrar”, “está a demorar as pessoas” dizia o condutor já levantando a voz. Não sei, sinceramente, o que disse o raio do “não passageiro” que só ouço o condutor a dizer-lhe “vamos resolver isto lá fora” empurra-o do autocarro e só vejo os homens à pancada, velhas a alcovitar e o homem a gritar “nem vou mesmo para o trabalho, vou à polícia” e eu em stress dizia para um amigo meu que só se ria “vamos mudar já de autocarro” e ele “não, isto é inédito!”

Amigos, não sei como é que acabou, mas o senhor condutor tinha ali muitas testemunhas, suas defensoras!

 

Isto são apenas três histórias, de muitas outras como o meu telemóvel cair para trás do banco daqueles corridos atrás no autocarro, de me assustar com uma senhora de voz muito fininha, a gritar e a mandar o autocarro porque se esqueceu do xaile na paragem e que à noitinha lhe ia fazer falta, de senhores que guardam o lugar na fila com uma mochila e depois afirmam que estavam ali e empurram as pessoas…

Conclusão, andar comigo em viagem era sempre uma adrenalina!

 

O que me fartei de rir ao ler os teus episódios, muito, muito obrigada por esta bela partilha, ainda por cima a triplicar!

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