Os perigos dos parques infantis
Antigamente os parques para crianças tinham muitos desafios complicados de superar.
Lembro-me de uma pirâmide muito alta de madeira, feita com paus que iam subindo gradualmente e ficando cada vez mais pequenos e estreitos à medida que se aproximavam do topo. Ora, aventureira como era, tinha de ser das primeiras a chegar ao topo, subi, subi, sempre a tremer e com medo e, cheguei finalmente ao cimo da pirâmide. Toda eu rejubilava de alegria, de satisfação, tinha conseguido, tinha chegado e cumprido o objetivo.
Tremia tanto agarrada ao ínfimo pedaço de madeira no topo, que decidi que o melhor era sentar-me. Péssima ideia, sentei-me e depois quem é que dizia que eu descia?! Eu estava era confortável sentada e por mais incentivos para descer, ninguém me tirava dali. Cada vez que olhava para baixo via que os meus amigos estavam a uma distância considerável e a queda iria trazer graves mazelas.
Conclusão: foram chamar a minha mãe a correr para ela resolver o problema. Desapareceram todos e deixaram-me completamente abandonada.
O medo de estar sozinha no parque sobrepôs-se ao das alturas. Levantei-me a medo e toca de começar a rodar a pirâmide para descer novamente. Pareceu-me uma eternidade. Mal cheguei a terra firme as minhas pernas pareciam gelatina.
O que é que me chateou mais? Ninguém viu a proeza, a destreza com que eu desci da pirâmide. Todos os meus amigos pensam que foi uma grua que me retirou do local. A sério? Uma grua? Não acreditam minimamente que eu era capaz de descer sozinha?!
Nota: A pirâmide era muito mais alta do que aparece na imagem. Cruzaram-se com algo semelhante?