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Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

One smile a Day.. com a Maria

Depois do teor mais sombrio do post de ontem, nada melhor que terminar a semana em beleza e convidar a rainha das palavras, aka, a blogger menos in do pedaço a partilhar connosco uma das suas peripécias hilariantes. A minha convidada de hoje é a Maria, autora do blog Maria das Palavras. Este blog é uma autêntica caixinha de surpresas, tal como a sua autora: há uma boa dose de humor, escárnio e mal-dizer, assuntos sérios e por vezes de nos levar às lágrimas, há guias de sobrevivência, ironia e tolice a acompanhar. Todos os ingredientes necessários para que seja um blog de referência! Uma coisa vos garanto, vão encontrar de tudo neste espaço!

 

E sem mais demoras...

A minha vida é toda um circo e este ato de três amigas palhaças creio que ainda não contei no blog. É um pouco para rir e tudo para verem como me armo em esperta.
Era um início de Verão como qualquer outro, não fosse o facto de estar a fazer aquela que era, ao momento, a mais louca viagem da minha vida: roadtrip (ok, comboio-trip) em Itália com duas amigas. Dez dias, 6 cidades icónicas.
Viajemos para a primeira noite em Milão.
A pensão que tínhamos marcado pelo Booking era assustadora. Tinha persianas de madeira caídas e a receção parecia estar no meio da sala de jantar da família, dona da pensão, que era...marroquina? Já não sei se a minha imaginação foi acrescentando pontos ao longo dos anos, mas quase consigo recordar-me deles a comer com as mãos. Pousamos as malas no quarto que era limpíssimo e arrumado, contra todas as nossas recém formadas expectativas (eu já só rezava que não tivesse ratos). Saímos logo de seguida para dar uma volta e jantar: menor tempo na pensão = menor probabilidade de apanhar sarna.
Depois do passeio pela zona mais turística, caminhámos de volta para a pensão onde tínhamos visto umas pizzarias no caminho. Pedimos três pizzas e três Coca-Colas. Spoiler alert: esta primeira pizza não era nada boa.  Não tocamos nos grissinis com manteiga. Bebemos café. Pedimos a conta.
Ora quando vem a conta reparamos em duas disparidades: tinham cobrado uma Coca-Cola a menos, mas tinham contabilizado três coisas com um nome que não nos dizia nada e nós tínhamos a certeza que não tínhamos consumido – pois se nem nos Grissinis tínhamos tocado!
Maria faz gesto açambarcador com a mão para as amigas e diz “’xa comigo!” (ist é com sotaque brasileiro). Chama o empregado e no inglês de melhor sotaque italiano que conseguiu diz emproada:
- Estão aqui umas coisas mal. Primeiro: só estão duas Coca-Colas e portanto falta cobrar uma.
Na minha cabeça ia ganhar a simpatia deles com este rasgo de honestidade e estaria bem lançada para o golpe final.
- Mas depois, temos aqui três “Copertos” e nós não consumimos isto.
Bota ar orgulhoso.
Ar orgulhoso, só até o senhor explicar que Coperto, em Itália, é a taxa de ocupação e serviço de cada lugar no restaurante. Não é preciso consumir nada. Só sentar o rabo. Coisa que depois confirmámos rapidamente no nosso mini-guia de Itália (tê-lo feito mais cedo ter-nos-ia poupado à vergonha).
De forma que baixei as orelhinhas e esperei enquanto corrigiam a conta. Para acrescentar a Coca-Cola, claro.

O que me fartei de rir a imaginar a cena, acho que o espírito desta banda desenhada retrata bem o que sentiste (o espírito do Jon, claro)!! Obrigada!!

 

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