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Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

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O pesadelo dos peixes - Episódio 3

E o tão esperado final da trilogia dos peixes.

 

Há uns 5 anos decidi que iria dar uma nova oportunidade aos peixinhos como animais de estimação. Lá vou eu a uma loja de animais, compro um aquário daqueles com tampa, retangular, comprido, precisamente para eles não saltarem. Como o aquário era grande decidi comprar 4 peixinhos: um daqueles pretos gordinhos com os olhos grandes, o tradicional vermelhinho, um que ficou apelidado de carpa, muito rápido e esguio, e um azulinho que tinha umas cores muito bonitas.

 

Nos primeiros dois dias correu tudo bem, comiam bem, à exceção do azulinho, mas o senhor tinha-nos dito que poderia acontecer por causa da adaptação à nova água, mas que seria rápido, uma vez que eles na loja estavam todos juntos e que em casa seriam para manter assim.

No terceiro dia vou ao aquário cumprimentar os peixinhos, olho para o peixinho preto… e as barbatanas estavam esbranquiçadas, pensei que tivesse sido de uma luta, fiquei a observar atentamente os peixes durante imenso tempo e nada de estranho. Não andavam aos encontrões, nada! Apenas uma diferença, a carpa estava a nadar ainda mais rapidamente.

No quarto dia, o peixinho preto e o vermelho estavam os dois sem um bocadinho da barbatana. Olho para a carpa e lá anda ela aos encontrões aos peixes. Conclusão: coloquei a carpa de castigo e foi para o aquário redondo com uma tampinha por cima.

 

Não aconteceu nada de estranho nos dois dias seguintes, a carpa acalmou, já não nadava desenfreadamente e eu pensei cá para mim: pronto, posso juntar outra vez os peixinhos. Juntei os peixes e estive um dia de vigilância, não aconteceu nada!

Ao oitavo dia o peixe preto estava completamente todo mordiscado e morto!! Barafustei com a carpa, coloquei-a outra vez de castigo e ela acalmou instantaneamente. E eu a pensar - que safada, faz tudo pela calada.

Ao nono dia, levanto-me já sem pensar no pesadelo dos peixes quando vejo o vermelho a boiar sem a barbatana! Mas que coisa do demónio era esta?? Olho para a carpa e ela estava sossegada no aquário à parte, olho para o azulinho e este andava na sua vida normal, calmo e tranquilo.

- Foste tu? – pensei eu! - Não, o vermelho devia estar com lesões por causa do outro ataque e não sobreviveu!

 

Por via das dúvidas deixei os dois sobreviventes separados. Portanto, tinha um aquário grande com apenas um peixinho, e um redondo com outro peixe. Sempre que se aproximavam um do outro, a carpa ficava maluquinha e nadava, nadava, nadava. Estiveram separados umas semanas. Até que num belo dia em que estava a mudar a água de um dos aquários, juntei os dois peixes, pensei que não havia problema pois eram apenas 5 minutos.

 

Mal tinha acabado de os juntar. Pumba, o azulinho atacou a carpa, e esta coitada lá nadava desenfreadamente.

 

Ahh, nem queria acreditar, era o azulinho que atacava os outros peixes, sim, o azulinho, aquele peixe que não se mexia. Fui investigar na internet e fez-se luz, o azulinho era um peixe de água quente, que não podia estar em contacto com mais nenhum peixe pois tinha instintos assassinos, lutando sempre para ser o único habitante do espaço. A sua alimentação baseava-se em insetos e algas. O quê? Tenho um peixe assassino??

 

Conclusão: Lá viveram em separado o resto dos seus dias, a carpa no aquário maior, mas sempre muito nervosa, pudera, ia sendo comida umas poucas vezes. E o azulinho, comigo a apanhar moscas e mosquitos para ele comer! Sim, porque só sobreviveu a comer os outros peixes, comida de peixe que é bom e bonito nem vê-la. Só me apetecia dar uma cacetada no peixe, mas coitado, a culpa era da genética! E pelos vistos tinha uma boa genética: foi o último a morrer e durou uns bons anos.

 

Depois deste episódio, peixes? Longe por favor!

 

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 Esta imagem era a pobre carpa a fugir do azulinho!