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Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

Meninos da Cidade... No campo!

Uma das vantagens de se ter uma casa na terrinha é o comércio interno que por lá se vive: Trocam-se legumes, fruta, ovos e até animais. Estas férias houve uma vizinha que ofereceu um peru. E nós não vamos de modas, peru caseiro, sabendo que tem uma alimentação saudável, o que se pode pedir mais? Apenas que ele venha morto e depenado, certo? Pois, não foi bem assim…

 

Vizinha: Tenho lá um peru para vocês, “só” têm de o apanhar, matar e depois arranjar.

Chic’ Ana: Eu nunca fiz nada disso, vai ser bonito, vai! Isso é um “só” muito grande…

Vizinha: Não custa nada. Apanham, embebedam o peru com aguardente para a carne ficar mais tenra, esperam um pouco e depois matam o peru. Ele nem sente..

Chic’ Ana: (eu com uma cara muito estranha), ok, vamos a isso!

 

Primeiro passo: Apanhar o peru! O animal não parava quieto, esvoaçava por todo o lado, e para ajudar à festa, cada vez que ele abria as asas, eu instintivamente fechava os olhos, portanto, quando tornava a olhar já estava num sítio bastante diferente! Após uns arranhões e umas valentes quedas, lá vinha ele mais ou menos sossegado. E muito mais apresentável que eu, que estava toda suja e descabelada!

Segundo passo: Abrir o bico do peru e dar-lhe aguardente a beber, em pequenos goles. Feito! Colocámos o peru dentro de um recipiente alto e largo e esperámos uns 10min, foi o tempo de colocar a água a ferver e preparar as coisas para a tarefa seguinte.

Terceiro passo: Matar o peru… Fomos buscar o animal ao recipiente, e eis que.. ele não se mexia!! Abanámos o peru, o recipiente onde ele estava e nada. Conclusão: tinha morrido com excesso de bebida!! (Era suposto ser assim? Pensei eu. Nos aviários não me parece que façam bem isto! O dinheiro que se gasta em aguardente não compensa o preço do peru..)

 

Chic’ Ana: Oh Vizinha, acho que fomos bem sucedidos na morte do peru…

Vizinha: A sério? E sangrou muito? Estão a ver como é fácil?

Chic’ Ana: Não sangrou nada! Foi um trabalho perfeito! Nem tem marcas nem nada…

Vizinha: Oh filhos, mas ele tem de sangrar, como é que mataram o peru, ao murro??

Chic’ Ana: Então, nós demos-lhe aguardente e ele teve uma morte santa, quando fomos á procura dele, já estava morto!

 

Foi ver a senhora a mudar de cor, começar a correr e só repetia – “nunca vi tal coisa em tantos anos, agora embebedaram o peru até à morte” – e lá foi ela ver se conseguia que o peru ainda sangrasse e ficasse apto para ser consumido.

Acho que tão cedo não nos convida para matar um peru!!

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