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Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

Chic'Ana

“Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino” by Jimmy Dean

One smile a day... com a Kalila

A minha convidada de hoje é uma "sapinha" muito amorosa, a Kalila. A Kalila é autora do blog Amor às Kuartas e, para não sentirmos a sua falta nos restantes dias da semana, temos o seu Baú Musical. O primeiro blog é para mim uma surpresa constante: todas as quartas-feiras temos a apresentação de uma pequena história que nos demonstra a importância do amor. Lembram-se das fábulas e contos infantis em que temos sempre uma lição de moral? Pois bem, este blog é o equivalente às fábulas infantis, mas virado para um público mais velhinho e que nos deixa sempre a meditar sobre o que lemos. Paralelamente, temos o Baú Musical, que se entrelaça tantas vezes com o tema do Amor, um Baú onde podemos encontrar autênticos tesouros.

Quanto à Kalila, é uma pessoa de quem gosto muito, que tem o dom da sabedoria nas palavras, ou seja, sabe sempre o que dizer em cada momento. É uma simpatia e tenho a certeza que a vão adorar conhecer.

 

Pois isto é uma honra, ter sido convidada para este espaço! Fiquei tão fora de mim que só me vinham à lembrança histórias disparatadas de piada duvidosa. Até que me lembrei do prédio “demente”, assim batizado por mim própria devido às inúmeras situações caricatas que lá vivi.

Era um prédio normal de 20 fogos, com gente de todas as idades, normal na sua maioria, verdadeiras pérolas, alguns deles.

Havia um senhor de idade que vivia sozinho e combatia a solidão tocando às portas dos vizinhos por tudo e por nada: porque vinha a chover, porque supostamente precisava de sal, fósforos ou de outra coisa qualquer, porque não via o/a vizinho/a há muito tempo e preocupava-se se estava tudo bem, porque as netas ou as filhas lhe traziam bolos e os distribuía pelos andares mais próximos, enfim, aquele vizinho era uma ternura, ele próprio, e não deixava de a procurar nos outros.

Outro havia que adorava anedotas e não deixava de as contar a toda a gente. Na escada, de varanda a varanda, à espera do elevador, junto do contentor do lixo, qualquer sítio era bom. A mais estranha de que me lembro dizia respeito a um comprimido: “O que é que ele faz quando não tira a dor?... … … Descomprime-se!” Pois… algumas não tinham mesmo graça nenhuma mas o vizinho era tão chatinho que toda a gente se ria, de preferência bem alto, que era como ele ficava mais feliz.

Um era cantor, ou gostava de ter sido, era frequente ouvi-lo cantar assim que se entrava no prédio, porque não o fazia em casa mas sim no acesso ao terraço, onde a acústica era mais do seu agrado, ecoando por toda a escada já que ele se debruçava no corrimão.

O mais engraçado tinha um ar aristocrata, pera e bigode e cara de poucos amigos. No fundo era um doce e muito simpático mas não parecia. Era apaixonado por carros antigos e dono de um sentido de humor refinado. Uma vez ouvi-o dizer no café: “Atenção que eu não sou velho, sou um clássico!”

Já entre os mais jovens a piada não era tanta mas ouvi uma vez, precisamente entre a minha vizinha do lado e uma amiga ou familiar que vinha a subir com ela, o seguinte diálogo:

Amiga/familiar:

-Vais mudar de casa outra vez?

Vizinha:

-Vou. Eu gosto de me mudar quando a casa começa a precisar de limpezas grandes…

Quando foi altura disso também eu me mudei mas juro que limpei a casa, eheheh! O extraordinário é que vários vizinhos se vieram despedir, com prendinhas, votos de tudo o que houvesse de melhor e muito carinho. Os amigos que me ajudaram com a mudança ainda perguntaram se a vizinhança estava feliz por eu ir embora ou se eram mesmo muito gentis.

 

A honra de te ter no meu espacinho é toda minha! Ainda para mais com um prédio, no mínimo, caricato! O que eu me fartei de rir ao imaginar a animação sempre presente.

Obrigada por esta bela partilha, e sim, o facto de todos se terem despedido, apenas vem confirmar a tua simpatia para quem te rodeia. O Armandinho distribui música, tu distribuis sorrisos!

 

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Amanhã estarei em formação, por esse motivo o "One Smile a Day" foi antecipado para hoje. Desejo-vos a todos um ótimo fim de semana.

 

Resiliência

E chegados à última quarta-feira do mês de Junho, temos o desafio palavras (quase) perfeitas com um tema deveras pertinente: resiliência!

 

Vou aproveitar este tema e este espaço para fazer uma homenagem a uma das pessoas mais resilientes que eu conheço: a K, a minha irmã.

 

Desde pequena que o sonho dela era seguir medicina. Tentei sempre apresentar-lhe 3 ou 4 alternativas, para constarem como plano B, pois todos sabemos o quão difícil é entrar num curso com médias sempre muito elevadas. Basta um deslize num exame para já não conseguir entrar no mesmo, e tantos, tantos alunos que ficam com este papel ingrato, um sonho negado por milésimas, mas as minhas tentativas foram sempre negadas.

Ela foi crescendo e o sonho foi cada vez mais ganhando forma. Passou a ser uma super-aluna, passou a trocar os fins de semana de diversão e convívio por fins de semana de trabalho e de estudo, afinal, as boas notas carecem disso mesmo. Sempre foi uma boa aluna, mas isso não chegava, nos últimos três anos tinha de ser uma aluna de excelência.

 

Para todos os obstáculos que lhe apareciam ela tinha uma solução, mas havia algo difícil de contornar: ela precisava também de ter boa nota a educação física (na altura ainda contava), e a professora embirrou com ela só porque sim. Excelente atleta de natação, boa aluna nos diversos desportos, sempre notas elevadas nos testes. Não podia fazer mais por causa da asma, e para isso tinha um atestado a comprovar precisamente essa limitação.

No final do 10º ano teve um 13, nota que lhe baixava a média e que podia ser a causadora de um fechar de portas para o seu sonho. A nota foi levada a concelho de turma e nem assim a professora acedeu à sua subida. 11º ano, a mesma história, inscreveu-se em TODOS os apoios de Educação Física que a escola tinha, participava em todas as atividades e mais algumas, corria fora da escola, chegada ao final do ano, o fatídico 13 novamente.

No 12º ano, a pressão foi mais que muita, ano decisivo para a entrada no ensino superior. Um ano de muitos nervos, porque com o 13 a Ed.Física, mesmo se tivesse 19 a todas as outras disciplinas, a média caía para 18. Por muitas reclamações, queixas, mesmo pelos restantes professores, a professora de Educação Física recusou-se a mexer na nota e terminou com mais um 13. O fantasma que a assombrava há já 3 anos, recusava-se a ir embora..

 

Fez os exames, melhorou tudo quanto era possível.

 

Chegada a hora da candidatura, desde Açores, a Madeira, a Beira Interior, foi tudo contemplado (teoricamente são as que têm as médias mais baixas).. mas como a esperança é a última a morrer, Lisboa foi colocada em primeiro lugar.

Por todos o esforços, por toda a dedicação ao longo dos anos, a média de medicina miraculosamente baixou naquele ano e ela entrou na primeira opção, Medicina em Lisboa, e com uma grande margem. 

 

A escola, pública, que ela frequentou ainda hoje, anos depois, dá o exemplo dela de entrada em medicina, orgulhosamente ostenta a bandeira de ter colocado alguém num curso tão exigente. É uma situação que me revolta por todo o empenho que ela sempre revelou e pela forma como sempre foi tratada pela escola.

 

 

Sei que é uma opinião muito tendenciosa, mal era se não fosse, mas é uma pessoa extremamente humana, sensível, que será (já o é) uma Médica sempre focada no paciente e bem estar em primeiro lugar. Uma pessoa que se preocupa com o outro, que tem sempre um sorriso e uma mão amiga a estender. Desdobra-se em quantas for possível para conseguir resolver todos os problemas que lhe apareçam. É o meu orgulho, a melhor irmã que eu poderia desejar. E sei que com ela as dificuldades existirão, mas serão sempre mais simples de ultrapassar! Obrigada K, pela lição de vida que nos dás e transmites diariamente, por este nunca baixar de braços..

 

Podes vergar, mas não quebras.. e se um dia quebrares, eu estarei aqui para colar todos os pedacinhos e te devolver todo o teu esplendor!

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Este desafio foi criado pela Cris e podem ver o resultado de Maio aqui. Qualquer um é livre de participar e é muito engraçado ver as várias formas como cada blogger interpreta a mesma questão.

Reclamar ou não reclamar?

Há pessoas que contam as horas que passam a comer gelados, por exemplo, eu vou começar a contar as horas que passo trancada em elevadores.

 

Na semana passada decidi apanhar o elevador do metro. Já estava bastante cansada, o elevador estava no piso pretendido e voilá, a combinação não podia ser melhor. Entrei eu e mais duas senhoras. Carregámos para o último piso e toca de relaxar.

A meio do percurso o elevador pára entre portas. Carreguei para baixo, para cima, nada, o elevador não se mexia.

Começamos a ouvir sons cada vez mais assustadores de martelos, de ferros, dava claramente a sensação de que estavam a fazer a manutenção aos elevadores (faz um eco impressionante).

Carreguei na campainha, que tem ligação direta à casinha do segurança.

 

Chic’ Ana: Olhe por favor, fiquei eu e duas senhoras presas no elevador, e pelos barulhos que estamos a ouvir, penso que devem estar a fazer qualquer espécie de manutenção. Pode verificar?

Segurança: Está a dizer que estão trancadas no elevador? Mas os técnicos estão realmente a fazer a revisão.

Chic’ Ana: Então, mas não há qualquer sinalização da mesma? Diga-lhes que o elevador está ocupado.

Segurança: Vou já tratar do problema.

 

Segurança: Então não se aperceberam que há gente no elevador?

Técnico: Como assim?! Está a dizer que estão fechadas lá dentro?

Eu e as outras senhoras: Sim, o elevador tem pessoas no interior! (a conversa era audível)

Segurança: Sim.. 3 senhoras…

Técnico: Vamos já fazer descer o mesmo!

 

Nisto passam alguns minutos e finalmente o elevador chega ao piso 0 e abre portas. Saímos rapidamente, subimos as escadas num ápice e quando chegamos ao último piso, prontas para dar o belo do raspanete aos senhores.. Não havia NINGUÉM.. Ninguém!!!! Nem ferramentas, nem sinalética, nem carrinha de manutenção no exterior…NADA! Pura e simplesmente fugiram...

 

Penso que ainda ficámos mais chateadas por não conseguirmos expor a nossa frustração. Agora, isto merece ou não uma reclamação no metro? Até podíamos vir distraídas e não termos visto os sinais, mas não existiam.. (fizémos questão de quando descemos, inspecionar tudo)

 

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One smile a day... com a C.S

A minha convidada desta semana é a C.S, autora do blog Há mar em mim. E o blog é mesmo isto: uma imensidão de temas e conceitos, tal e qual como o mar, onde nos sentimos embalados por fotografias, textos, ideias, mas também, por ondas revoltas como opiniões e temas mais "quentes" e que tão bem demonstram a personalidade da autora. Gosta de passar despercebida, mas eu arrisco dizer que neste mundo dos blogs é bem notada e apreciada. Uma companheira de sorrisos, de vida, que se lançou nesta aventura no início de Janeiro e que eu espero que continue por muito tempo. Sempre com uma palavra amiga e simpática, não deixem de a visitar!

 

Bom dia, pessoas sorridentes (desta forma estão todos contemplados, certo? Ou não viriam a este espaço que é um dos mais bem dispostos da comunidade Sapo e arredores.)!

 

Correndo o risco de ser 0% original, tenho de começar por agradecer o convite à Chic’Ana, pois ela é uma das pessoas mais queridas deste espaço virtual que todos nós partilhamos e tem sempre as palavras certas para cada um de nós. Para além disso, é a autora de um dos blogs que mais me fazem sorrir, já que tem sempre histórias maravilhosas para partilhar connosco.

Querida Chic, obrigada pelo convite, deixaste-me com os nervos à flor da pele, mas é um prazer estar aqui contigo.

 

Vamos lá a isto…

 

(Só vos peço que não “gozem” demasiado comigo, porque isto é humilhante. Sejam meigos.)

 

Estaríamos em finais do mês de julho, do belíssimo ano de 2015, a C.S., euzinha, tinha acabado de casar com o A. e andávamos à procura de casa para comprar. Depois de vermos muita coisa na internet, selecionámos  aquelas que mais nos encheram o olho e marcámos as visitas. (Devo confessar-vos que eu adoro ver casas.)

 

Na grande maioria das visitas fui sempre com o A., mas houve uma ou outra em que tive de ir sozinha, pois ele trabalha por turnos e, às vezes, torna-se uma missão impossível ele ter horários compatíveis com a maioria dos mortais. 

Após as nossas buscas, descobrimos que havia uma casa que nos agradava e que era bem pertinho daquela que tínhamos arrendada e onde vivíamos na altura, uma zona de que gostávamos muito. Fizemos os contactos necessários e é claro que na hora que dava jeito aos vendedores da casa e ao agente imobiliário o A. estava a trabalhar, por isso decidimos que eu ia sozinha e, caso achasse que valeria a pena, agendaríamos uma nova data para ele também poder opinar. Assim foi...

 

Chegado o dia, um dia de muito calor (importa referir), eu cheguei a casa por volta das 16h e o encontro estava marcado para as 18h. Decidi que tinha tempo de tomar um refrescante duche e descansar um pouco. Só que o pouco durou até às 17:50h, porque passei pelas brasas, claro está. Nisto, acordo sobressaltada, olho para as horas e toca de vestir a correr, porque dava tempo, afinal a casa era já ali. 

 

Saio de casa, chego 5 minutos atrasada (odeio atrasar-me...), peço desculpa ao agente imobiliário, que me explica que o dono da casa estava mais atrasado que eu. Ufa...pensei, ainda bem. Ficamos ali, em conversa de circunstância, e lá aparece o senhor. Apresentações feitas, subimos ao terceiro andar, começo a ver a casa, vou fazendo as perguntas da praxe e...eis que passo por um espelho que, se não me engano, estava no hall de entrada... Eu não queria acreditar! Como é que alguém poderia levar-me a sério, acreditar que eu poderia estar interessada em adquirir alguma coisa encontrando-me eu naquele estado?!

 

Começo a pensar... Penso... E chego à conclusão que não há nada a fazer, que teria de me aguentar, pois não tinha como resolver o problema. Achei que era muitíssimo incorreto pedir para ir à casa de banho, ainda considerei fazê-lo mas não o fiz. O que fiz eu? Começo a acelerar a conversa, de repente o interesse na casa já não me pareceu assim tanto, até porque eu só queria fugir dali.

 

Feitas as despedidas, ainda tive de fazer o percurso a pé até casa e só lá pude virar a blusa para o lado direito. Sim! Com a pressa vesti a blusa ao contrário! Como era possível que eu não tivesse reparado que tinha vestido a blusa do lado contrário?! Como?! Pois aquela era das poucas blusas que ainda conservava a etiqueta (lateral, com direito a botãozinho e tudo), porque eu tenho o hábito de cortá-las na primeira vez que as uso. Com esta maldita não fiz o mesmo.

 

Logicamente que em casa ri à gargalhada, primeiro sozinha e depois com o A., a pensar na minha figura, mas ainda mais a pensar no esforço que os senhores teriam feito por manter um ar sério e não rir na minha cara. 

 

Eu atraio este tipo de situações. 

 

Beijinhos a todos, tenham um ótimo dia! 

 

O que eu me fartei de rir a imaginar a situação. Também adoro ver casas, e é engraçado, que a casa que eu e o M comprámos foi vista primeiro por mim, sozinha, e só depois com ele. Mas.. eu acho que ia bem vestidinha!! 

 

Obrigada minha querida, acredita que foi, e é, para mim um prazer receber-te no meu cantinho! 

 

E tal como a Mafalda, podias estar mal vestida, mas com muita postura! :)

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Os signos

Quando temos um almoço comemorativo no trabalho e se dá o caso de irmos ao café, há sempre um conjunto de revistas que gostamos de folhear e colocar as cusquices em dia. Uma rubrica que gosto de ler é a do horóscopo.

Se acredito?! Nem por isso.. Afinal, se a todos os "carneiros" calhasse o euro-milhões, ou se todos os "capricórnios" se apaixonassem no mesmo dia, ou se todos os "touros" tivessem dor de estômago naquela semana, então sim, eu acho que passaria a acreditar.

 

Agora, o que eu gosto mesmo é do diálogo que se segue:

Chic' Ana: Colega, diz lá qual o teu signo para ver o que a sorte te reserva.

Colega: Ah, eu não acredito em nada disso. Não vale a pena perderes tempo, nem sei muito bem de que signo sou.

Chic' Ana: Então, qual o teu dia de anos? Diz lá para te prever o futuro..

Colega: Mas tu acreditas nisso?

Chic' Ana: Nem por isso, mas quando pego nestas revistas é das secções que para mim são mais interessantes (só para verem o interesse das notícias que por lá anda).

Colega: Pronto, já que insistes, então eu sou virgem, com ascendente em caranguejo, o sol e a lua estavam alinhados às x horas e por pouco não tinha ascendente em leão.

Chic' Ana

Colega: O que foi?

Chic' Ana: Não sei como interpretar aquilo que me disseste.. O signo é virgem, certo?!

Colega: Precisamente, se quiseres trago-te o meu mapa astral para veres.

 

E não me apresentou mais informação, porque não acredita nestas coisas. O que faria se realmente acreditasse...

 

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Pedrógão Grande – Uma homenagem aos heróis invisíveis

Um testemunho de quem viveu e vive o terror de muito perto, uma nova visão contada pela primeira pessoa, uma pessoa que me é querida: 

Mal se deu a tragédia, as equipas de intervenção formaram um centro de operações e controlo para repor tudo o que é considerado prioritário. Ainda se choram os mortos, ainda se questiona como é possível que tal tenha acontecido, mas a vida não pára e existem pessoas que não podem continuar sem infraestruturas básicas: eletricidade, comunicações, água, entre outras..

 

Olho em redor e parece que estou dentro de um espetáculo: pivots e jornalistas correm de um lado para o outro tentando obter os melhores ângulos de transmissão, voluntários correm a distribuir comida pelas pessoas que aqui se encontram. O fogo ainda deflagra no terreno, os bombeiros tentam a todo o custo suster as chamas, mas nós, nós temos de intervir e começar a instalar cabos num terreno que parece o inferno.

 

O ar é irrespirável, é incrível como se sente o calor, parece que a qualquer momento pode existir um reacendimento com um simples estalar de dedos. Passamos as fitas amarelas, os locais de isolamento por onde ainda poucos se aventuraram. Poderia ser uma descoberta, poderia ser uma bonita caminhada, mas olhando em redor, é um rasto de destruição que nos faz lacrimejar. Custa sentir a presença de vida nestes locais, custa avistar alguns pertences que por ali ficaram esquecidos ou acabaram consumidos pelo fogo.

Temos de fazer o nosso trabalho, embora o desejo seja estar bem longe dali. Numa valeta nas proximidades detetamos dois corpos, dois corpos caídos, que ainda não foram recolhidos ou sequer identificados. É uma imagem que nos arrepia e que nos revolve o estômago… Aprendemos que lidar com a morte não é simples, fácil, nunca será.

 

Há 4 dias, 4 dias que fazemos este trabalho, há 4 dias que a situação não melhora, há 4 dias que não é mais fácil, há 4 dias que o sofrimento não acalma, há 4 dias que não sabemos o que é dormir sem pesadelos. 

 

Um testemunho de um técnico no local, de uma pessoa que não tem qualquer preparação para lidar com este cenário. Um testemunho de alguém que não tem qualquer laço afetivo com a região, mas que mesmo assim luta diariamente para conseguir dar algum conforto aos sobreviventes, a quem ficou..

 

Estes são os nossos heróis invisíveis e que tantas vezes são esquecidos. As pessoas querem e exigem rapidamente a reposição das melhores condições, o que é mais que compreensível, mas esquecem-se que estas demoram horas e dias até o serem na totalidade, e não é por falta de empenho, é mesmo porque o cenário é demasiado terrível para tornar possível esta celeridade pretendida.

 

Mais um dia que passou, e mais um dia de trabalho que foi destruído pelas chamas que mudaram de direção…

Coragem! Coragem e força para todos os que continuam no terreno, que não baixam os braços, que continuam a lutar por todos nós!

 

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Que seja feito um balanço, que consigamos melhorar, que sejamos pró-ativos ao invés de reativos!

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Já é conhecida a vencedora do passatempo "Uma Passagem para Sempre". Parabéns Nicole, se vires a notificação primeiro, envia-me um e-mail com os teus dados. De qualquer das formas entrarei em contacto.

 

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O que aprendi em 6 meses de gravidez? (II)

Ora, vamos lá a continuar...

 

7 - O bebé é que manda sem qualquer dúvida: Há pessoas que sabem o sexo do bebé logo às 12 semanas, na ecografia do primeiro trimestre, há pessoas que têm de esperar até às 23 semanas para o saber, ou mais ainda. Tudo depende da disposição que sua excelência tem na altura da ecografia. Há bebés que "viram" às 36 semanas, há bebés que nunca chegam a "virar"... Cada caso é um caso!

 

8 - O Cansaço: Eu sempre fui uma pessoa muito ativa, sempre pratiquei desporto e ainda agora, com 6 meses de gravidez, continuo a fazer natação e a tirar tempos - embora estes tenham caído a pique! Mas o cansaço, é capaz de dar cabo de uma pessoa.. eu ainda aguento, relativamente bem, caminhadas de 5km, mais que isso, nem pensar, os pés começam a inchar, começamos a ter dores em todos os ligamentos e mais alguns... e subir as escadas?! Eu chego ao terceiro andar como se estivesse no quadragésimo...

 

9 - Lugares prioritários: Isto existe mesmo!? Ou será apenas um mito? A primeira vez que me cederam lugar no metro, ontem, nem me apercebi que a senhora se dirigia à minha pessoa, tal o espanto com que fiquei. Ela reparou na minha cara de incredulidade e eu lá tive de explicar que era a primeira vez em que alguém olhava para mim como grávida. Nem é tanto neste segundo trimestre que nos precisamos de sentar, acredito que seja no primeiro, que é mais propício a enjoos por qualquer movimento, que estamos mais sensíveis com todas as alterações, que temos mais quebras de tensão, mas lá está, neste momento a barriguinha ainda não é visível, e no último, por causa do peso e desconforto.

 

10 - Desejos: Eu acreditava piamente que se tratava de um mito. Atualmente não tenho qualquer desejo, mas no início, mesmo antes de saber que estava grávida... o queijo da ilha de São Miguel, era para mim uma tentação. Depois disso veio a época dos cachorros quentes e das sandes de requeijão. Claro que se não houver possibilidade, se aguenta bem sem consumir as coisas, mas estando mesmo à nossa frente, é muito difícil controlar!

 

11 - TPM constante: Eu penso que nem me posso queixar muito a este nível. As hormonas foram minhas amigas e não tive qualquer espécie de depressão gestacional até ao momento. Tive 3 situações de riso incontrolável, em que até chorei de tanto rir, mas apenas isso: nada de ser chorona, nada de ficar muito em baixo, mas conheço pessoas que simplesmente não têm como controlar as emoções e sofrem imenso com isso. Não é mariquice, o sistema nervoso está a 1000, e conversar ajuda e alivia imenso.. mesmo que seja a 11ª vez que falemos no assunto!

 

12- Os outros: É incrível a quantidade de coisas que os outros sabem sobre o nosso bebé: sabem o sexo primeiro que nós, sabem como nos sentimos, sabem exatamente quanto pesa e quanto mede, sabem se iremos aguentar até às 40 semanas ou se ficaremos apenas pelas 36 semanas. A nossa barriga é terreno de curiosidade pública, somos confrontados com várias "mãos" diariamente e conselhos que por vezes nem fazem lembrar uma criança de 5 anos. Por outro lado, há opiniões muito válidas e que valem milhões...

 

E.. estamos encerrados do assunto gravidez esta semana! Já podem suspirar de alívio =)

 

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O que aprendi em 6 meses de gravidez? (I)

Realmente a vida é uma aprendizagem contínua e até o mais pequeno ser nos ensina lições que nunca pensámos...

 

1 - A Saúde: Ao longo destes meses existe uma preocupação com TUDO! Se antes encarávamos os alimentos como mais ou menos saudáveis, hoje em dia temos de nos preocupar com a toxoplasmose, com as salmonelas, com todas as infeções e mais algumas, que em nós, adultos, podem constituir apenas um ligeiro incómodo, mas que se podem transformar em autênticos pesadelos para o bebé que se encontra em formação - abortos, surdez e mal formação, entre outros. Há certas doenças que passam a fazer parte do dia a dia: gengivites, diabetes gestacional, gripe, infeções urinárias, manchas na pele, hipertensão ou tensão demasiado baixa, borbulhas - voltámos a adolescência, varizes, estrias, tonturas, dores em sítios que nem sabíamos existir, etc..Conhecem a renite gestacional? Eu não conhecia até há uns dias..;

 

2 - A Ressaca: Chegamos a um ponto em que vivemos numa ressaca constante: Muita gente sofre de enjoos diários, e eu tenho no Nausefe o meu melhor amigo. Se custa suprimir as bebidas alcóolicas?! Nada! Só de pensar no quão prejudicial pode ser para o bebé, a paragem é automática!

 

3 - Fralda?! Não existem limites para uma corrida à casa de banho, então quando chega a altura dos "pontapés" e o bebé tem a pontaria afinada para a bexiga, não há nada que nos faça parar, mesmo quando lá chegamos e bom, nem 3 gotinhas saem..

 

4 - Dormir: Aqui temos uma tarefa que me deu, e dá, pano para mangas: há dias em que dormimos 4 horas e temos uma energia inesgotável, e outros, em que dormimos 12 horas e não há forma de manter os olhos abertos! Quando estamos sossegados, o bebé deixa de ser embalado, e consequentemente os movimentos que faz quando queremos dormir são do mais estranho que existe. Por um lado fico acordada, maravilhada com tanta agitação, por outro, quero dormir e não há volta a dar. Já sem falar nos sonhos, que parecem reais;

 

5 - Informações contrárias: É incrível o número de sites, panfletos, livros e todos os canais e mais alguns que têm informação errada. Portanto, em caso de dúvida, não há melhor pessoa para nos esclarecer que o médico. Confiem nele, e se por algum motivo, falhar ou sentirem insegurança, o melhor é trocar.

 

6 - O bebé é que manda: Não há uma data específica para sentir os movimentos do bebé, pode acontecer a partir das 16 / 17 semanas, teoricamente, na prática há pessoas que o sentem antes, outras depois. Eu senti apenas com 20 semanas. Nada de desesperar, ela vai dar sinal de vida =)

 

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Bom, amanhã continuamos que isto já vai longo...

 

Não podia terminar sem antes deixar os meus sentimentos para todos os familiares, amigos, conhecidos das vítimas de Pedrógão Grande e a quem viu os seus bens consumidos pelas chamas. Infelizmente já vi vários incêndios de perto, nunca sofri com os mesmos, mas custa... Toda esta situação custa muito!

One smile a day... com a Gorduchita

E para terminar esta semana de feriados em beleza, trago-vos a Gorduchita, autora do blog A Vida da Gorduchita. O blog já conta com 10 anos, teve o seu início em 2007, e começou como um espaço dedicado a quem queria perder uns quilitos. O blog foi evoluindo com o tempo e acompanhando a vida da autora. Hoje em dia podem encontrar de tudo um pouco: desde alimentação, a peripécias da sua filhota, simples desabafos e partilhas, exercício, enfim! Aqui podem encontrar de tudo um pouco, com a certeza que serão sempre bem recebidos, com um amplo sorriso. Têm dúvidas quanto à personalidade da autora? Então leiam a peripécia abaixo e deixem-se encantar!  

Não vou mentir: sonhava há muito ser convidada pela Chic'Ana para esta sua rubrica. E quando vi o seu comentário no meu blog pedindo o meu e-mail, o meu coração bateu forte e pensei: "Será?" E foi! Obrigada! :)

A história que vou contar talvez não seja exatamente hilariante de ler (nem a mais hilariante que me aconteceu), mas foi um acontecimento marcante (a ponto de uns anos depois, uma pessoa numa formação ter vindo ter comigo e dito"tu és aquela que...").
Passo a contar.

Quando andava na faculdade, andava com um carro já usado, que tinha uns 8 anos na altura que os meus pais mo compraram (estávamos em 1996). Era um carro com algumas particularidades.

Um dia, às tantas da noite (seriam 1h ou 2h da manhã), seguia eu a caminho da casa, por uma das tortuosas e ondulantes ruas do Porto, quando a chave do carro salta da ignição. Salta, simplesmente e carro continua a funcionar.
Breve ataque de pânico, e agora o que é que eu faço, como é que desligo o carro. Rápido ataque de lucidez, não é grave, quando estacionar ponho em ponto morto e tento apanhar a chave e desligo. Ok, assunto resolvido.

Uns dias depois, dia de aniversário de uma amiga, vamos a caminho de um restaurante para jantar. Comigo no carro, uma amiga minha, ao meu lado, e atrás dois amigos da aniversariante (que conhecia apenas de 2 ou 3 contactos anteriores). 
Mais uma rua sinuosa e às ondas, e a chave salta novamente. 
Eu, continuando a conduzir e com o ar mais calmo do mundo (afinal aquilo já me tinha acontecido uma vez): "Rita, chegas-me pf a chave do carro, que saltou?"

Se vissem as caras de pânico dos meus 3 tripulantes! A chave quê? Saltou? Como saltou? Tudo a abanar braços e histérico!
De rir! Ficou-lhes marcado!
E eu fiquei a ser a rapariga com o carro com chaves que saltam em andamento! :)

 

Obrigada, eu é que tenho de agradecer por esta história tão caricata que me fez sorrir e imaginar o pânico dos ocupantes do carro. Digamos que ver uma chave a saltar em pleno movimento é motivo para uns quantos ataques cardíacos! Ahahaha, assim que li esta história, lembrei-me de uma BD e de uma viagem de carro emocionante, acho que a tua peripécia está à altura da seguinte:

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 Com emoções fortes, sem dúvida! Ahahah

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